CONFRATERNIZANDO… – 

Finais de ano, com seus natais e anos novos, janeiros e fevereiros com veraneios e carnavais, trazem à tona as confraternizações, a união (ou aglomeração) de parentes e amigos com o objetivo de conviver e comungar dos acontecimentos e emoções. Vitórias, listas de vestibulares, dividir quartos, ceias, feiras e aluguéis. Tudo se repete ano a ano para mostrar que até os mais tímidos ou reclusos são passíveis de coabitar, de se entrosar e aproveitar a companhia alheia.

Algumas vezes, apesar das melhores intenções, pessoas magoam ou ficam magoadas, mas todo acontecimento digno de nota serve de aprendizado, ensina a nos colocar no lugar do outro, a ser menos sensível a críticas ou brincadeiras, nos ensina a conhecer o calcanhar de Aquiles de cada um e a saber como nos conduzir para não machucá-lo.

Dessas pequenas doses de convivência nascem a confiança, o carinho e a vontade sincera de permanecer unidos. Aos poucos, a cada ano, as tradições se enraízam, o afeto se consolida e o momento de reunião torna-se esperado e querido. É quando a família (consanguínea ou não) se torna Família de verdade, quando aprendemos a nos querer bem apesar dos defeitos, ou por causa deles, quando conhecemos e respeitamos os limites e as escolhas de cada um, sabendo que todos, inclusive nós mesmos, estamos longe da perfeição, mas nunca deixamos de tentar alcançá-la.

Mesmo sabendo que irmãos podem se desentender, que ninguém é igual, o sentido da confraternização é impor uma situação que poderia não acontecer e cujos benefícios são incontáveis para a personalidade, socialização e aceitabilidade de cada um. Que, independente das diferenças que nos separam, existem muito mais semelhanças que nos unem, que tiram a família do porta-retratos e a colocam lado a lado conosco. Com nossas tristezas, necessidades, fraquezas, alegrias e realizações.

Os laços que nascem a partir daí são fortes e capazes de se manter por toda uma vida, por gerações, desde que deixemos de lado o egoísmo em prol da generosidade, o individualismo pela comunhão e, acima de tudo, cultivemos o respeito, o carinho e a consideração. Desejo a todas as pessoas e as suas famílias uma vida inteira de saúde, paz e afeto. Um porta-retratos de vida real.

Ana Luíza RabeloAdvogada ([email protected])

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *