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CONFIRME! – 

“Povo anestesiado com circo e pão costumam votar em candidatos fanáticos e paranóicos. Somente eleitores alfabetizados deveriam ser obrigados a votar… Votos de analfabetos funcionais condenam a nação ao desgoverno”. JWANKA – 

Eleições, a grande festa da democracia!

Eleitores passionais e candidatos nada passionais, e a campanha se torna o exercício do proselitismo e da enganação generalizada. Os candidatos ficam em segundo plano e entram os marqueteiros. Você não vota na pessoa, mas no tipo, sem falar nos enredos dos pronunciamentos desprovidos de qualquer substância, somente abobrinhas. Mas o voto é obrigatório e o comparecimento às urnas o pilar da democracia. O cidadão é bombardeado por informações desconexas e desleais, por vezes mentirosas, e define o candidato na indefinição de si mesmo. Para os ativistas, uma festa e tanto, mas o importante é entendermos que, em um Estado Democrático, o poder provém do povo e é preciso exercitá-lo com alguma seriedade, com alguma certeza. É difícil saber, entre tantos ilusionistas, em quem votar, mas o eleitor minimamente consciente sabe em quem não votar. A história da maioria dos candidatos é conhecida há décadas e há décadas é eleita, com o seu voto. Mas votar é preciso.  O que importa é a consciência da escolha do candidato em quem você acredita. O Brasil é formado de muitos “vocês” e de todos nós. O que ele é ou será reflete o que nós fomos ou seremos como cidadãos. Eleição é um assunto sério, mas, infelizmente, tratado pelos candidatos, como atores canastrões de uma tragicomédia.

O horário Eleitoral Gratuito é o grande palco. Uma das maiores mentiras brasileiras sai do ar sob a triste mancha do descrédito e da certeza que os nossos homens públicos não sabem a diferença entre “res pública” e vaquinha de presépio. A mentira é o fato de não ser gratuito. É pago e caro. O horário Eleitoral Gratuito das eleições 2016, por exemplo, custou ao erário federal a bagatela de aproximadamente R$ 700.000.000,00 (setecentos milhões de reais), como renúncia de receitas. E se o caro eleitor (e contribuinte) não sabe nem os candidatos tiveram a delicadeza de dizer, as renúncias de receitas, pela lei, devem ser compensadas com o aumento de receitas ou diminuição de despesas. Um doce para quem acertar em qual das duas opções o governo sempre escolheu e escolherá por todo o sempre.

Pensou?

Exatamente, o seu bolso!

E o que você recebeu em troca? Um verdadeiro festival de besteiras. Uma falsa encenação de candidatos acusando candidatos; os donos dos partidos, pessoas políticas profissionais, se comprometendo com um ou outro candidato, como se fossem donos da vontade dos eleitores; a disputa de quase todos os candidatos para serem representantes de “a” ou de “b”, falta de propostas, propostas superficiais, sorrisos marotos e a mais completa falsidade. A cidadania merece respeito. Já não há espaço para uma campanha política medíocre, onde candidatos que há anos desempenham cargos públicos, executivos ou não, e nunca fizeram nada do que prometeram e, agora, tentam enganar, mais uma vez, que é fácil realizar. Durante a campanha política tudo é simples, fácil e possível. A realidade depois da campanha vocês conhecem.  Em política, em especial, no Rio Grande do Norte, mentir faz parte da tradição por total culpa nossa que não exigimos uma postura séria dos que pretendem nos representar e nos contentamos em fazer parte de uma grande farsa, um imenso circo, onde os palhaços, nós, somos obrigados a corar diante de tanta mediocridade. Mas palhaçada tem limite e o limite é o dia das eleições e o picadeiro é a sala de votação e o seu último riso ou siso tem que ser exercido ali

O Dia do Confirme! É preciso nos apresentar como cidadãos conscientes e votar naquele candidato que teve o melhor desempenho, sem passionalidade ou radicalismo. O voto é a arma da democracia, mas não precisa ser uma arma que atira balas perdidas. Parem, pensem, reflitam e procurem valorizar o poder que emana de todos nós, o qual nos conferiu a Constituição Federal, mostrando que o circo começa a pegar fogo, no laborioso fogo da consciência social. Votar certo? O que fazer para votar certo? É uma dúvida que persiste desde que se institucionalizou a República. Não se preocupe tanto. Votar certo é votar de forma consciente naquele candidato, bonito ou feio, que conseguiu lhe conquistar com suas propostas para o cargo a que pretende se eleger. Não esqueça. Eleger errado não é o problema (você votou imaginando ser um bom candidato). O grande erro é reeleger errado. Mais do que erro, burrice. E todos nós temos que fazer a ‘mea culpa’.

A maioria das caras que se apresentou em sua televisão é conhecida, muito conhecida ou conhecidíssima. E continuamos a votar, eleger e reeleger os mesmos. O pior. As novas gerações de políticos tradicionais se apresentam como melhor opção por serem filhos, netos, sobrinhos, primos, amigos da amante e por aí seguem as sandices. Se os ancestrais nada fizeram e os descendentes dizem que vão continuar com sua luta e nós acreditamos, em nada poderemos reclamar depois. Os exemplos são fartos. Quer nomes? Realmente não precisa. Um candidato que se apresenta no rabo de cometa de algum político conhecido como populista e oportunista, geralmente por ser assistencialista e clientelista, não tem personalidade própria não merece nem ser ouvido ou considerado.

Descarga nele, sem metáforas.

A constituição Federal atribuiu ao povo o direito de eleger seus representantes para conduzir os entes da federação e atingir os objetivos do Estado brasileiro que, em síntese, é a promoção do bem estar coletivo. A comparação é simples. Analise os últimos cinquenta, quarenta, trinta, vinte, dez anos, dependendo de sua idade e, conscientemente, conclua se houve melhoras ou não. A saúde, um doente terminal; a segurança, um crime a mais; a educação, sem educação… e uma penca de bolsas para todos os gostos. O assistencialismo exacerbado dos governos brasileiros é a prova de que quanto maior a pobreza e a ignorância da sociedade, mais poder. E as caras, se vocês tiverem o mínimo de observação, são as mesmas e continuam mentindo, mentindo, mentindo e nós acreditando, acreditando, acreditando.

O resultado você conhece ou deveria conhecer.

Respondendo a um pergunta de como votar certo em uma de suas muitas palestras, Frei Beto, com a simplicidade de quem traz a sabedoria em si, disse para que cada eleitor deva analisar a história de cada candidato e decidir pelo que considerar melhor, afinal, a cabeça pensa onde os pés pisam. Se você é ingênuo a ponto de não conhecer (ou desconhecer) a maioria dos candidatos que desfilaram em sua sala de visitas no horário eleitoral “gratuito” lhe impondo as mais lastimáveis baboseiras, se segure na sela. Uma nova era começará, boa ou ruim, a partir do seu voto.

Boa sorte!

Adauto José de Carvalho Filho – AFRFB aposentado, Pedagogo, Contador, Bacharel em Direito, Consultor de Empresas, Escritor e Poeta.

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