Convocados para apreciarem ontem (26), em sessão extraordinária, a lei que estima a receita e fixa a despesa do município para 2014, os vereadores de Natal se limitaram a discutir um outro tema: a antecipação, em um ano, da eleição para a presidência e demais cargos da Câmara Municipal (CMN). A articulação entre os parlamentares se restringiu a um grupo de 17 deles. E causou indignação a alguns. “Encontro dificuldades para adjetivar esse absurdo. São medidas sorrateiras. Me enoja”, esbravejou a Eleika Bezerra (PSDC). Ela e mais onze vereadores se disseram surpreendidos ao chegar na CMN e encontrar o que chamaram “circo armado”. “Quantas malandragens não estão escondidas por trás disso? É um jogo imundo”, completou Eleika. Por maioria, eles aprovaram o requerimento para antecipar o pleito, que ocorrerá hoje.
A intenção do grupo dos 17 (G-17) era, de início, modificar a lei orgânica do município, já que da forma como está não permite a reeleição para a Mesa Diretora da CMN. Com isso, o atual presidente Albert Dickson (PROS), se candidataria a passar mais dois anos no comando da Casa. A ideia, no entanto, foi logo desconsiderada porque o PROS, partido de Albert, ameaçou não ofertar a legenda para que o parlamentar fosse candidato a deputado estadual em 2014, como ele almeja. As articulações prosseguiram e chegaram, então, no nome do vereador Júlio Protásio (PSB), líder do prefeito Carlos Eduardo (PDT), no legislativo.
