VELHOS COSTUMES, NOVOS HÁBITOS… –
Dezembro de 2025 – O ano está na reta final, e como sempre, a gente se pergunta: o que ficou, o que mudou, o que vai? Velhos costumes, como a ansiedade de fim de ano, continuam aí, firmes e fortes. Mas novos hábitos também entraram na roda: o jeito diferente de celebrar, as conexões que se reinventaram, as prioridades que se redefiniram. É como se a vida tivesse apertado o botão de reiniciar, e agora a gente tá aqui, tentando entender o que ficou no cache e o que foi deletado.
Há quem diga que o fim de ano é sempre igual: correria, listas intermináveis, promessas que se repetem. Mas se olharmos com atenção, percebemos que cada dezembro carrega uma nuance diferente, uma tonalidade própria. Este 2025, por exemplo, trouxe consigo uma mistura de nostalgia e ousadia. Nostalgia dos encontros que já não acontecem da mesma forma, das tradições que se perderam pelo caminho. Ousadia de experimentar novas formas de estar junto, de celebrar em silêncio ou em pequenas rodas, de trocar presentes que não são objetos, mas gestos.
Como diz Vanussa, “o mundo gira, e a gente muda”. O ano que se vai trouxe seus altos e baixos, mas trouxe também a lição de que, no fim, a gente se adapta. Seja para lidar com o inesperado, seja para encontrar o novo normal. Adaptar-se não é esquecer quem fomos, mas aprender a ser de outro jeito. É como dançar uma música que não conhecemos: no começo, os passos são incertos, mas logo o corpo encontra o ritmo.
E agora, enquanto a gente brinca com as luzes de Natal e as promessas de virada, o ano novo já está na esquina, curioso, esperando para ver o que a gente vai fazer com ele. Há uma certa magia nesse instante de transição: é como se o tempo nos desse uma segunda chance, um convite para reescrever a própria história.
O que vai ficar desse 2025? Talvez as memórias boas, talvez as lições difíceis. Talvez o abraço que demorou, mas chegou. Talvez a saudade que não se desfaz, mas ensina. O que o 2026 vai trazer? Quem sabe? O futuro é sempre uma página em branco, e cabe a nós escolher as palavras que vão preenchê-la.
O que a gente sabe é que, com velhos costumes e a vontade de novos hábitos, a gente continua. Seguindo em frente, com um sorriso, um plano e um pouco de sorte. “Vou seguir, não vou parar, vou mudar” – as mudanças são o ritmo do novo ano. Talvez a gente mude o passo, mude o olhar, mude até o caminho. Mas o que não muda é a vontade de viver, de crescer, de sentir.
E é nisso que a gente se apoia: na capacidade de se reinventar, de acolher o novo sem largar o que é bom. Nos pequenos rituais que nos conectam ao passado – como montar a árvore, escrever cartões, guardar lembranças – e nos grandes saltos que nos projetam para o futuro – como decidir um novo rumo, ousar um novo projeto, acreditar em novas possibilidades. Porque, no fim das contas, a vida é essa mistura de passado e futuro, de tradição e inovação.
Enquanto o ano se despedaça em fogos e reflexões, a gente fica com a pergunta: o que vem agora? A resposta, como sempre, está na gente. Nos velhos costumes que nos trouxeram até aqui. Nos novos hábitos que vão nos levar para o que vem. E na certeza de que, no fim, a vida é um ciclo de ligar, desligar e religar – e a gente tá aqui pra viver isso, com tudo o que vier.
Talvez seja hora de desacelerar, de perceber que o tempo não é inimigo, mas companheiro. Que cada ciclo que termina abre espaço para outro, e que não precisamos carregar tudo. Há coisas que merecem ficar para trás: mágoas, medos, culpas. Há coisas que merecem seguir conosco: afetos, aprendizados, esperanças.
O novo ano não pede perfeição, pede presença. Pede que estejamos inteiros, mesmo que imperfeitos. Que saibamos rir das nossas falhas e celebrar nossas pequenas vitórias. Que possamos olhar para trás sem arrependimento e para frente sem medo.
E você, o que tá deixando pra trás e o que tá levando pro novo ano? Talvez a resposta não esteja em grandes planos, mas em pequenos gestos. Talvez esteja em aprender a ouvir mais, a abraçar mais, a agradecer mais. Porque, no fim, são os hábitos que moldam nossos dias, e são os costumes que nos lembram quem somos.
O ciclo se renova, e nós com ele. Entre velhos costumes e novos hábitos, seguimos.
Flávia Arruda – Pedagoga e escritora, autora dos livros As Esquinas da minha Existência e As Flávias que Habitam em Mim, crô[email protected]
