O caso de uma mulher de 35 anos que foi agredida com mais de 60 socos pelo namorado dentro do elevador do prédio onde mora em Ponta Negra, na Zona Sul de Natal, levantou uma discussão no Rio Grande do Norte sobre a importância da denúncia da violência doméstica.
No estado, vítimas e testemunhas podem denunciar crimes deste tipo de diversas formas. Segundo a delegada Victória Lisboa, responsável pela investigação do caso, as mulheres devem denunciar atos de violência logo no primeiro sinal.
“Ao primeiro sinal da violência doméstica, procure a delegacia ou registre um boletim de ocorrência de modo virtual. A delegacia virtual, ela atua em todo o Rio Grande do Norte e também aqui, em Natal, nós temos duas delegacias da mulher. O primeiro sinal da violência doméstica já é um indício que esse indivíduo não serve para se relacionar com você”, afirmou a delegada.
“Agressões morais, verbais, ameaças, danos a seus bens também configuram violência doméstica. Nos procure que nós iremos ajudar. Vamos solicitar essa medida protetiva. A senhora vai poder seguir a vida. Não deixe de fazer essa ocorrência, porque pode escalonar para algo mais grave, como a gente viu no vídeo e pode ser tarde demais”, acrescentou.
Como denunciar:
- Central de Atendimento à Mulher: número 180.
- WhatsApp da Patrulha Maria da Penha RN: (84) 98135-4487
- Em caso de emergência: Ligue 190
- Coordenadoria da Defesa da Mulher e das Minorias da Secretaria de Segurança Pública: 0800 281 2336
- Delegacia virtual (acesse aqui)
Endereços e contatos das Delegacias da Mulher no Rio Grande do Norte
| Delegacia | Endereço | Telefone | |
| DPGV | Rua Demócrito de Souza Paiva, 1580, Lagoa Nova, Natal | (84) 98661-5356 | [email protected] |
| DPAGV Natal | Av. Dr João Medeiros Filho, 2141, Potengi (Plantão Norte) | (84) 98660-7268 | – |
| DECRID Natal | Rua Demócrito de Souza Paiva, 1580, Lagoa Nova, Natal | (84) 98660-4724 | [email protected] |
| DPCA Natal | Rua Demócrito de Souza Paiva, 1580, Lagoa Nova, Natal | (84) 98660-5195 | [email protected] / [email protected] |
| DPCA Parnamirim | Av. Edgar Dantas, 710, Santos Reis, Parnamirim | (84) 98660-5036 | [email protected] |
| DPCA Mossoró | Rua Julita G. Sena, 241, Nova Betânia, Mossoró | (84) 98660-5117 | [email protected] |
| DEPID Natal | Rua Demócrito de Souza Paiva, 1580, Lagoa Nova, Natal | (84) 98660-4696 | [email protected] |
| DEPID Parnamirim | Av. Edgar Dantas, 710, Santos Reis, Parnamirim | (84) 98660-4668 | [email protected] |
| DEAM Caicó | Rua Dom Adelino Dantas, Cidade Judiciária, Maynard, Caicó | (84) 98660-3411 | [email protected] |
| DEAM Mossoró | Rua Julita G. Sena, 241, Nova Betânia, Mossoró | (84) 98660-3406 | [email protected] |
| DEAM Parnamirim | Av. Dr. Atila Paiva, 69, Cohabinal, Parnamirim | (84) 98660-4308 | [email protected] |
| DEAM Zona Leste/Oeste (ZLOS) | Av. Capitão-Mor Gouveia, 1339, N. Sra. de Nazaré, Natal | (84) 98660-4537 | [email protected] |
| DEAM Ceará-Mirim | Central do Cidadão: Rua Itajagre, 82, Ceará-Mirim | (84) 98660-3807 | [email protected] |
| DEAM Pau dos Ferros | Central do Cidadão: Rua Paul Harris, São Benedito, Pau dos Ferros | (84) 98660-3391 | [email protected] |
| DEAM Nova Cruz | Central do Cidadão: Rua Dep. Djalma Marinho, 115, São Judas, Nova Cruz | (84) 98660-3644 | [email protected] |
| DEAM Macaíba | Central do Cidadão: Rua Pau Brasil, 33, Monte Líbano, Macaíba | (84) 98660-4009 | [email protected] |
| DEAM Macau | Central do Cidadão: Rua Padre João Clemente, S/N, Centro, Macau | (84) 98660-3574 | [email protected] |
| DEAM São Gonçalo (SGA) | Natal Moda Shopping: Av. Francisco D. de Carvalho, Jardins, SGA | (84) 98660-3998 | [email protected] |
| DEAM Assú | Central do Cidadão: Av. Sen. João Câmara, Conj. Janduís, Assú | (84) 98660-3431 | [email protected] |
| DEAM Zona Norte | Av. Guadalupe, 2145, Potengi, Natal | (84) 98660-4349 | [email protected] |
Quais são os tipos de violência reconhecidas pela Lei Maria da Penha
- Física: Empurrões, socos, tapas, estrangulamento.
- Psicológica: Humilhação, ameaça, chantagem, controle.
- Moral: Calúnia, difamação, acusar falsamente.
- Sexual: Forçar relações ou impedir métodos contraceptivos.
- Patrimonial: Controlar dinheiro, destruir pertences, reter documentos.
O caso
O crime aconteceu no último sábado (26) por voltas das 16h e foi registrado pela câmera do elevador do condomínio. O vídeo mostra o casal discutindo e, quando a porta do elevador se fecha, o homem parte para cima da vítima e começa a desferir socos contra ela.
O ex-jogador de basquete Igor Eduardo Cabral, de 29 anos, foi preso em flagrante e teve a detenção transformada em prisão preventiva após passar por audiência de custódia. Segundo a polícia, ele vai responder por tentativa de feminicídio.
Em um bilhete, após as agressões, a mulher relatou que permaneceu no elevador porque sabia que seria agredida pelo homem.
“Eu sabia que ele ia me bater. Então, não sai do elevador. Ele começou a me bater e disse que ia me matar”, escreveu.
A mulher ficou com o rosto completamente ensanguentado.
De acordo com uma amiga da vítima – que pediu para não ser identificada, o segurança do condomínio que via as imagens da agressão pela câmera do elevador acionou a Polícia Militar. Quando o elevador chegou no térreo o agressor foi contido pelos moradores e preso em seguida. A vítima foi levada para o Hospital Walfredo Gurgel.
Ainda de acordo com a amiga da vítima, a discussão começou porque o homem teve uma crise de ciúmes.
Discussão do casal começou na piscina
Testemunhas informaram que a discussão entre o casal começou ainda na área comum do residencial e que o homem jogou um aparelho celular na piscina. Vizinha da vítima, a moradora Iranilda Oliveira conta que estava com a família na churrasqueira do condomínio comemorando o aniversário de uma neta, quando presenciou o fato.
“Esse casal chegou, ficou um pouco distante da gente, nós na churrasqueira e eles lá na piscina. Só que começou uma discussão, a gente não sabia o que estavam discutindo. De repente a gente observou na hora que ele pegou o celular e jogou dentro da piscina. Pronto, aí ele ela já se levantou e ele saiu atrás. E a gente não acompanhou”, contou a moradora à Inter TV Cabugi.