No Rio Grande do Norte, foram confirmados 35 casos de microcefalia relacionados ao vírus zika

O aumento do número de casos de dengue e o surto de microcefalia relacionada ao zika vírus tem motivado ações efetivas de combate ao mosquito Aedes aegypti em todo país. No campo da pesquisa, o papel da Universidade Federal do Rio Grande Norte, que já se destaca por desenvolver o método ovitrampa – uma espécie de armadilha que ajuda a entender onde há maior incidência do mosquito, a monitorar os focos e estabelecer estratégias de combate – deverá ser ampliado. O Ministério da Saúde pediu que o Instituto do Cérebro (Ice) comece a pesquisar o comportamento do cérebro dos pacientes diagnosticados com microcefalia, com o objetivo de garantir ações que possibilitem uma melhor qualidade de vida para eles.

De acordo com Sidarta Ribeiro, são poucas as pesquisas que tratam sobre a o zika vírus ou sua relação com os casos de microcefalia. Uma busca no PubMed – serviço banco de dados online da Biblioteca Nacional de Medicina do Estados Unidos e que atualmente conta com mais de 25 milhões de publicações científicas – encontrou apenas 213 resultados sobre o zika. Para efeito de comparação, o site mostra 14695 resultados para dengue e 2.570 para a febre chikungunya.

O zika vírus também pode ser responsável pela síndrome de Guillain-Barré, uma doença autoimune que atinge o sistema imunológico e parte do sistema nervoso central.

Descoberto em meados da década de 1940 em Uganda, na África, o zika era tratado pela comunidade científica como um vírus de baixa periculosidade. O professor contou que esse cenário mudou, o que exige ações imediatas. “O vírus foi descoberto há quase 70 anos, contudo, só recentemente que ele passou a ser estudado, até pela possível relação com a microcefalia. Esse vírus só chegou ao Brasil em meados de junho do ano passado, durante a Copa do Mundo. Isso que estamos vivendo hoje no país (o surto de zika e de microcefalia) já aconteceu na África e na região da Polinésia, na Ásia, portanto, é algo grave e que a curto prazo só pode ser evitado através do combate ao vetor”, destacou Sidarta.

O pesquisador afirmou ainda que o período entre o final do mês de janeiro e o início de fevereiro deverá ser crucial, onde o risco do surgimento de uma epidemia será grande. “Se não houver uma conscientização por parte da população, as ações do Ministério da Saúde não serão suficientes para combater esse surto. Todos têm que trabalhar para evitar que as pessoas sejam infectadas, e para isso, só combatendo o mosquito. É um problema de todos nós”, declarou.

Fonte: Tribuna do Norte

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