TUDO ENCAIXADINHO –
Acordo depois de uma noite de aberturas visuais em decorrência de trovoadas constantes. Pensando em quanto tempo não ouvia tanta percussão nas nuvens potiguares, fumeguei o café no fogão herdado, elegi Baby Consuelo, engatei Aganjú para começar e disparei na motoca para caminhar em Ponta Negra.
Antes porém, assisti vídeo do engarrafamento de cervejas numa fábrica alemã. Fiquei impressionado com a tecnologia, a harmonia entre as etapas da produção, o resultado final.
Aí vi a moto toda ensopada e imaginei que, com tanta água, o capacete pudesse estar molhado, abaixo do banco. Que nada, nenhuma gotícula nele. Fiquei então pensando na tecnologia hoje utilizada em produtos diversos, quanta perfeição em muitos, soluções diversas dando funcionalidade e durabilidade a vários objetos que nos servem.
Lembrei do carro que adquiri para meu filho. Apesar de já usado, completa em breve um ano, nenhum defeito ocorreu.
Celulares ofertam mil coisas e raramente apresentam problemas, e fiquei lembrando de uma tv que me serviu por mais de 12 anos sem dar um bode, tendo apresentado falhas na imagem só agora.
Apesar de estar diante do mar, vendo a natureza a quem tanto reverencio em meus escritos, hoje meu deslumbramento, minha reverência, meu tirar o chapéu é para os seres inteligentes que criam essas máquinas fantásticas, navios imensos, foguetes cheios de pitocos, carros inquebráveis, utensílios domésticos que nos inserem no universo mágico dos fazeres.
Claro que tem aqueles que quebram, os tapias, mas o escrito hoje é para os que duram, servem, ofertam suas vidas para alegrar as nossas, aliviar tarefas, proporcionar prazeres. e Por trás dessa crescente inteligência estamos nós, inventando sempre, produzindo muito, disponibilizando tecnologia.
Sei que tudo tem o lado negativo, que muitos advogam a volta a certa pré história, mas a felicidade que dizem ser subtraída pelo progresso, creio continuar existindo e pode ser alcançada em qualquer cenário e situação. Podemos dispor dos grandes avanços e ter uma vivência natural, mergulhar na mãe natureza, respeitar, interagir. Hoje vemos que o progresso substitui recursos naturais por outras possibilidades, sendo em muitos casos muito mais positivos, que negativos.
Saudemos o funcional, o objeto amigo que fumega o café, que transporta a família, que nos leva a lua. Com a felicidade em dia, saberemos detectar o contentamento interior em tudo que nos cerca, reverenciando a existência de todas as coisas criadas e com elas vivendo com plena felicidade.
Flavio Rezende – Jornalista
