TRISTE DE NÓS –
Sábado madornento, um pouco abafado,nuvens cinzentas apareceram no horizonte e logo começou a cair uma chuva fina,acompanhada de um vento leve e agradável, que persistiu após a passagem da chuva.
No Jardim, durante a chuva ,um bem-te- vi alçou vôo até uma linda palmeira ,se infiltrando entre seus belos galhos,a se proteger das gotas d’água que caiam, parou de cantar, como querendo ficar só observando a beleza da chuva.
Através da vidraça molhada por gotículas da chuva, contemplo uma cidade sitiada, amargurada por ser refém de políticas erradas,arquitetadas por políticos corruptos e inescrupulosos, únicos a passearem livremente -protegidos por seus seguranças -em ruas outrora alegres,comemorando a miséria por eles perpetuada.
Invejo o bem- te -vi, que ainda vivencia e comemora a natureza em liberdade,enquanto eu contemplo a vida através de uma vidraça que não reflete o meu eu, prisioneiro que sou, em uma selva de pedra de meu penar.
Em meio a esse caos, esperneio,grito,brigo,
escrevo e choro me perguntando:até quando iremos aguentar?
