TERRA DO NUNCA –

Tempo,tempo, tempo…

Tempos passados, idos…pleno mês de agosto.

É noite, lua cheia a iluminar todo espaço/ ambiente,com uma nitidez maravilhosa.

Corria um vento leste,frio, mas benfazejo, que entrava pelas frestas das telas. Causando um som que provocava arrepios, dando uma sensação de medo e nos levando a se enfurnar debaixo das cobertas.

Lá fora,se escutava o canto dos bacuraus, grilos, enquanto no curral zoava o chocalho pendurado no pescoço da vaca estreliana.

De longe,vinha um som de vozes perdidas no tempo,como se fossem conversas de ancestrais,das pessoas que moravam nos longínquos, perdidos nos vales que nos circundavam.

De repente, despencava um folha de coqueiro sobre os pés de mangas ,causando um barulho de arrepiar,logo após caia um coco,provocando mais uma sensação de medo de coisas sobrenaturais, do além.

Completando o cenário, o cachorro corria em direção ao barulho e começava a latir fortemente,firme e continuadanente, como se tivesse acuado algo. Depois,esses latidos continuavam lá pras banda da vazante.

Eu, encolhido embaixo das cobertas, pensava: será uma alma de outro mundo, o coisa ruim?

Normalmente, nesses momentos, minha mãe chegava, me dava um beijo,ajeitava a coberta de uma maneira que só ela sabia e voltava para o seu quarto, onde meu pai já estava dormindo.

Nessas horas minha mãe apagava o candeeiro, enquanto isso a água corria no riacho,na sua viagem interminável; lá no céu, a lua brilhava majestosa,enquanto eu dormia o sono dos justos, feliz e imaculado.

Bons tempos…

Tempos de nunca mais!

 

 

José Alberto Maciel de Oliveira – Representante comercial aposentado

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *