Na próxima terça-feira 1,3 mil procuradores da República votarão para eleger uma lista tríplice de postulantes ao cargo máximo do Ministério Público Federal. Eles estarão escolhendo, entre os oito candidatos que se apresentaram, quem querem para conduzir, ao longo do próximo biênio, as investigações da Lava-Jato, iniciada em 2014. Em 2015, esse processo ocorreu, mas Rodrigo Janot era um candidato natural e acabou reeleito. Agora, o cenário apresenta um nome novo para prosseguir com um trabalho que vem sacudindo o país.

 Será a primeira eleição, desde 2003, sem o PT no poder. E qual a diferença agora? Os petistas sempre respeitaram a lista tríplice apresentada pela Associação Nacional dos Procuradores (ANPR). E mais. Indicavam o nome mais votado na relação. Uma sugestão — quase imposição — feita pelo então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para dar um caráter republicano ao governo de Lula. “Você não vai querer ser acusado de ter escolhido um engavetador de processos”, aconselhou Márcio, que morreu em 2014.
“O presidente Temer não precisa, necessariamente, escolher o primeiro nome da lista. Qualquer um dos três tem legitimidade. Mas, nesse momento de crise, é fundamental que essa relação seja respeitada”, defendeu o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), José Robalinho Cavalcanti. Até o momento, não há certezas firmadas se o presidente Temer vai manter a tradição petista. Até porque o último governante antes da era do PT no Planalto, o tucano Fernando Henrique Cardoso, não respeitou.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *