O presidente Michel Temer usou a rede nacional de rádio e TV na noite de ontem, véspera de Natal, para dizer que “muito já foi feito” em seu governo e para prometer derrotar a crise econômica em 2017. Concentrando quase toda a sua fala em questões econômicas, o presidente não abordou o tema corrupção. Ele é citado por pelo menos três delatores da Odebrecht por supostas práticas ilegais. Temer nega qualquer irregularidade.No pronunciamento, o presidente disse que “2017 será o ano em que derrotaremos a crise” e que o Natal do ano que vem será “muito melhor do que este”.
“Tenho trabalhado, dia e noite, para fazer as reformas necessárias para que o país saia dessa crise e volte a crescer”, disse, destacando seus pouco mais de 100 dias de mandato como titular. Ele assumiu definitivamente no lugar de Dilma Rousseff em 31 de agosto deste ano, após o processo de impeachment que retirou a petista do cargo. Falando em “transmitir mensagem de renovada esperança”, Temer exaltou a atuação do Congresso durante a sua gestão, com aprovação de medidas consideradas essenciais pelo governo. Destacou, por exemplo, a aprovação da lei que limita gastos públicos pelos próximos 20 anos. “Ampliamos em mais de R$ 8 bilhões o orçamento da saúde, área para a qual não pouparei recursos”. Com a PEC do Teto, porém, haverá nos anos posteriores redução de gastos no setor em relação ao que se projetava antes da medida.
Também citou a “lei que moraliza e dá transparência à administração das estatais, mencionando a nova lei de licitação. Ainda entre as medidas mencionadas no pronunciamento, está a aprovação da reforma do Ensino Médio. O presidente ressaltou ainda a reforma da Previdência, que o governo enviou há algumas semanas ao Congresso, segundo ele, “para que sua sagrada aposentadoria esteja garantida agora e no futuro”. Temer afirmou ter “perfeita consciência dos problemas do país e da missão” que recebeu ao assumir a Presidência. “Os brasileiros pagam muitos impostos e pouco recebem em troca. Meu desafio é desburocratizar o Estado e melhorar a qualidade da administração pública. É o que chamo de democracia da eficiência”. Em sua fala, o presidente disse também que “a inflação caiu e voltou a ficar dentro da meta, o que vai colocar um freio na carestia que você sente no supermercado”. Relatório do Banco Central divulgado nesta quinta (22) diminuiu a projeção de inflação neste ano para 6,5%, exatamente o teto da meta de inflação.
