We were in Governador Valadares ... horrific scenes! We drove upstream by the Rio Doce from Espírito Santo to Minas Gerais to find such a "deadly mud" from the Samarco dam break. We saw all the beauties of fauna that will be lost. Tha substance is deadly to aquatic fauna of the river. It is killing literally EVERYTHING that has the misfortune to be on its way. Toxic or not, we are living one of the largest environmental catastrophes of this region of Brazil. Yes, I believe the mud will reach relentless the ocean. Our river is no longer the same! But one thing is certain, it was difficult to shoot with my eyes full of tears for the sadness of seeing thousands of lives being taken in vain! Lives dying, asking for help on the water surface! ____________ Estivemos em Governador Valadares... cenas horríveis! Percorremos o Rio Doce do Espírito Santo até Minas Gerais para encontrar a tal "lama mortífera" proveniente do rompimento da barragem da Samarco rio acima. Vimos todas as belezas da fauna que serão perdidas. Realmente é mortal para a fauna aquática do rio. Está matando literalmente TUDO que tem o azar de estar em seu caminho. Tóxica ou não, está causando um impacto digno de uma das maiores catástrofes ambientais de que temos notícias em MG e ES. Sim, acreditamos que a lama chegará implacável no Espírito Santo. Nosso rio não será mais o mesmo! Mas uma coisa é certa, foi difícil fotografar com os olhos cheios de lágrimas pela tristeza de ver as milhares de vidas sendo levadas EM VÃO! Vidas agonizando, pedindo socorro na superfície da água!

É difícil fotografar com lágrimas nos olhos“. A frase é de Leonardo Merçon, fotógrafo do Instituto Últimos Refúgios, que, juntamente com uma equipe que incluía outros fotógrafos, um cinegrafista e até um nativo da cidade de Aimorés, registrou a transformação no Rio Doce após o rompimento da barragem de rejeitos em Mariana, Minas Gerais. O Hypeness conversou com o fotógrafo para entender melhor a tragédia que temos pela frente.

Em duas expedições, a equipe visitou praticamente todas as cidades entre Governador Valadares e Regência. “Quando chegamos no Rio Doce, a lama ainda não tinha chegado. Fomos subindo o rio, parecia tudo limpo, e a gente estava ficando até feliz, imaginando que a água do rio tinha limpado e que a lama não iria matar tudo“. Mas quando chegaram em Governador Valadares, o cenário mudou: “havia peixes na superfície da água tentando respirar, tendo um comportamento estranho, tentando saltar da água como se ela estivesse machucando. Caramujos, que são bem sensíveis, preferindo subir na pedra quente, que chegava a queimar se você encostasse, do que ficar naquela água podre”.

We were in Governador Valadares ... horrific scenes! We drove upstream by the Rio Doce from Espírito Santo to Minas Gerais to find such a "deadly mud" from the Samarco dam break. We saw all the beauties of fauna that will be lost. Tha substance is deadly to aquatic fauna of the river. It is killing literally EVERYTHING that has the misfortune to be on its way. Toxic or not, we are living one of the largest environmental catastrophes of this region of Brazil. Yes, I believe the mud will reach relentless the ocean. Our river is no longer the same! But one thing is certain, it was difficult to shoot with my eyes full of tears for the sadness of seeing thousands of lives being taken in vain! Lives dying, asking for help on the water surface! ____________ Estivemos em Governador Valadares... cenas horríveis! Percorremos o Rio Doce do Espírito Santo até Minas Gerais para encontrar a tal "lama mortífera" proveniente do rompimento da barragem da Samarco rio acima. Vimos todas as belezas da fauna que serão perdidas. Realmente é mortal para a fauna aquática do rio. Está matando literalmente TUDO que tem o azar de estar em seu caminho. Tóxica ou não, está causando um impacto digno de uma das maiores catástrofes ambientais de que temos notícias em MG e ES. Sim, acreditamos que a lama chegará implacável no Espírito Santo. Nosso rio não será mais o mesmo! Mas uma coisa é certa, foi difícil fotografar com os olhos cheios de lágrimas pela tristeza de ver as milhares de vidas sendo levadas EM VÃO! Vidas agonizando, pedindo socorro na superfície da água!

Registramos um ‘antes’ e ‘depois’ das cidades e foi bem pesado, emocionalmente falando. Nós vimos aquelas maravilhas naturais antes e depois, com aquela lama matando toda a vida do rio. Inicialmente, a vida aquática, mas agora também aves e mamíferos”, afirma Leonardo, que conclui:a lama está matando tudo e vai continuar matando“.

RioDoce4

Eu chamo esse desastre de Chernobyl brasileira“, diz Leonardo, e o caso não parece ser para menos. Estimativas indicam que o Rio Doce levará décadas para se recuperar e voltar a ser utilizável. “Algumas pessoas ainda não estão tendo uma noção real do que estão vivendo, ainda mais aquelas mais simples, que vivem na beira do rio, e que sempre tiraram seu sustento dele“.

O Instituto Últimos Refúgios é uma instituição sem fins luc

Já outras, de ribeirinhos a índios, não conseguem fazer muito mais do que chorar: “a maior preocupação dessas pessoas nem é com elas, é com os filhos delas. Quando que os filhos terão oportunidade de pescar um robalo ou um piau? Ou voltar a tomar banho no Rio Doce?”

Segundo o fotógrafo, é importante lembrar que a lama não está “só” matando peixes, mas diversos organismos essenciais à vida do Rio e da região. O que aconteceu representa um crime ambiental que acaba compensando os responsáveis. Confrontado com uma notícia que dá conta de que a Samarco sabia desde 2013 que o rompimento poderia acontecer, Leonardo responde: “essas hipóteses não são levadas em consideração. O que a empresa vai pagar em multas é muito menos do que aquilo que ela fatura anualmente, por isso o risco vale a pena para as empresas, já que elas continuam no lucro.”

A morte do Rio Doce | The Rio Doce´s river death

É inegável o poder das imagens captadas pelo fotógrafo brasileiro, que acredita que a fotografia, se não pode mudar o mundo, pode ser “uma porta de entrada para um novo conceito na cabeça das pessoas“. Suas imagens, vistas por milhares de brasileiros e um pouco por todo mundo, podem servir para aumentar a conscientização. E a chave pode estar… nas crianças. “Os adultos já foram corrompidos pela sociedade, por isso que vou a escolas e luto para mudar a cabeça das crianças, elas são o futuro“.

E o que podemos fazer para inverter a situação?

Leonardo lembra que estes e outros desastres são da responsabilidade do ser humano e vai mais longe: em uma década, a sociedade como a conhecemos vai acabar. “Está insustentável esse desenvolvimento forçado, essa ganância pelo lucro. A natureza vai cobrar um preço muito maior“. A solução? “Eu imagino que a nossa única chance é reformular o modelo de sociedade, algo mais sustentável que respeite a vida e a natureza”.

Lembrando que o momento mais marcante foi a transformação da paisagem – “em Tumiritinga, a natureza me presenciou com um cenário lindo, com os patinhos selvagens, da espécie pé-vermelho, felizes, e depois que a lama chegou, eu os encontrei todos mortos” -, Leonardo deixa uma mensagem de esperança: “se o ser humano permitir, a natureza vai fazer o que sabe melhor: sobreviver“.

O Instituto Últimos Refúgios é uma instituição sem fins lucrativos, que visa à sensibilização ambiental através de imagens. “As pessoas só protegem o que sabem que existe!“. Vale a pena seguir o trabalho da ONG no site ou através do Facebook.

Fonte: Hypeness.com

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