Um problema antigo do Nordeste está mais dramático este ano: a seca. Mais de mil municípios estão em situação de emergência. A produção de alimentos caiu e o preço das frutas e verduras não para de subir.
Para quem plantou milho e feijão no sertão do Ceará, quase nada vingou. Em muitos municípios, a queda na safra chegou a 90%. Com isso, os alimentos ficaram mais caros.
Quem vai à feira, sente os efeitos da seca no bolso. “Eu fazia uma feira para a semana e gastava R$ 35. Aumentou uns R$ 15 a R$ 20”, conta a promotora de marketing Maria Tânia Tavares.
O rei das festas juninas corre o risco de perder o posto este ano. O preço do milho subiu muito: aumento de 40% desde a semana passada. Isso aumenta também o valor das comidas típicas de São João, como a pamonha e a canjica.
Em Alagoas, o milho vendido no mercado vem de áreas irrigadas em outros estados. É a mesma situação de Aracaju. A redução na oferta aumentou o preço em 100%.
Por exemplo: 50 espigas que, no mesmo período do ano passado, custavam entre R$ 10 e R$ 12, agora não saem por menos de R$ 25. “Vai aumentar mais ainda esse mês. Não tem, não é? Está em falta”, revela um vendedor.
Em Salvador, a cesta básica ficou 4,74% mais cara em relação ao mês anterior, segundo oDieese. A Bahia é o estado com o maior número de municípios em situação de emergência por causa da seca.
O reflexo é a escassez de produtos, como o tomate. Subiu em maio 18%. O preço da banana também disparou: 14%. “A gente dá um jeito e continua comprando. Para consumir e satisfazer a família”, diz a dona de casa Socorro Alves.
Mas o campeão mesmo de aumento de preço, no acumulado do ano em Salvador, é o feijão, que teve uma alta de 44%. O quilo do feijão mulatinho, o preferido por lá, pulou de R$ 6 para R$ 9.
Outro produto que os nordestinos adoram, a farinha de mandioca, ficou 10% mais caro desde o início do ano.
Fonte: G1