A maior parte das cidades brasileiras encontra dificuldade para destinar corretamente a água oriunda dos esgotos domésticos e industriais. O Semiárido brasileiro contabiliza hoje 1.135 municípios, com igual número de redes de esgoto que se fossem tratadas forneceriam água potável para a prática agrícola e também para o consumo humano.
Segundo Salomão Medeiros, pesquisador do Instituto Nacional do Semiárido (Insa/MCTI) da área de recursos hídricos, “a produção diária de esgotos funcionaria como verdadeiros rios perenes, atualmente desperdiçados em uma região que sofre com a estiagem”.
No município de Santana do Seridó, um projeto inovador está reutilizando o esgoto tratado para produzir alimento para o gado. A ideia do projeto “Palmas para Santana” é transformar os 258 mil litros de esgoto gerado por uma população de 2.526 habitantes em água limpa para a irrigação de um banco de forragem, composto por espécies como a palma forrageira, feijão guandu e sorgo.
O custo original do projeto foi coberto por uma verba inicial de R$ 30 mil custeada pelo prêmio Mandacaru e há planos para expandi-lo para mais 12 hectares com recursos de R$ 250 mil adquiridos por meio de uma emenda parlamentar da deputada federal Fátima Bezerra (PT).
O Técnico responsável pela implantação do projeto, Ivan Júnior, destaca que o custo de implantação da irrigação da palma forrageira por hectare, incluindo bombeamento, adubação e mão de obra para produção de 20 mil raquetes por hectare pelo sistema de gotejamento é de 20 mil reais.