O Kremlin acusa Gershkovich, que é cidadão dos Estados Unidos, de coletar informações classificadas como segredo de estado sobre uma instalação militar da Rússia. O The Wall Street Journal negou a acusação e exigiu a libertação imediata de Gershkovich.
Em um comunicado, o FSB afirma que o jornalista foi preso na cidade de Ecaterimburgo, no centro-oeste da Rússia, enquanto tentava obter informações governamentais secretas.
“Foi estabelecido que E. Gershkovich, agindo sob uma missão do lado norte-americano, estava reunindo informações classificadas como segredo de estado sobre a atividade de uma das empresas do complexo militar-industrial da Rússia”, disse o FSB em seu comunicado.
O jornalista é o primeiro repórter de um meio de comunicação dos Estados Unidos a ser preso por acusações de espionagem na Rússia desde a Guerra Fria. O caso ocorre em meio ao acirramento das tensões entre Moscou e Washington por conta da guerra na Ucrânia.
O FSB disse ainda que abriu um processo criminal por suspeita de espionagem contra Gershkovich, que escreve para o jornal.
A ministra de Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou que a prisão não tem nenhuma relação com as atividades jornalísticas do repórter. Zakharova disse que ele realizava “funções não jornalísticas” em Ecaterimburgo.
“O Wall Street Journal nega veementemente as alegações do FSB e busca a libertação imediata de nosso confiável e dedicado repórter, Evan Gershkovich. Somos solidários com Evan e sua família”, disse o jornal norte-americano, em comunicado.
O jornal e o governo dos Estados Unidos ainda não haviam se pronunciado sobre a suposta detenção até a última atualização desta notícia.
Segundo a agência de notícias Reuters, Gershkovich, que escreve sobre a Rússia desde 2017, já trabalhou também no jornal The Moscow Times e na agência de notícias francesa Agence-France Presse. Nos últimos meses, ele cobriu principalmente a política russa e o conflito na Ucrânia.
Seu celular não foi localizado por geolocalização na quinta-feira, e, segundo o serviço de mensagens Telegram, ele esteve on-line pela última vez na quarta-feira às 13h28, no horário de Moscou (07h29 no horário do Brasil).
Sua reportagem mais recente, publicada no The Wall Street Journal no início desta semana, falava sobre a desaceleração da economia russa em meio às sanções ocidentais impostas quando as tropas russas entraram na Ucrânia no ano passado.
A última vez em que um jornalista dos EUA foi detido na Rússia acusado de espionagem foi em setembro de 1986. Na ocasião, o repórter Nicholas Daniloff, correspondente em Moscou do U.S. News and World Report, foi preso pela KGB – a antecessora da FSB.
Daniloff foi libertado sem acusações 20 dias depois, em uma troca por um funcionário da missão da União Soviética nas Nações Unidas, que havia sido preso pelo FBI norte-americano.
O superfaturamento foi identificado em um edital da Marinha, homologado no dia 7 de abril de 2021, para a compra de 15.120 comprimidos, com preço unitário de R$ 3,65, apesar de o preço médio ser de R$ 1,81. A compra foi feita pelo Hospital Naval Marcílio Dias, no Rio de Janeiro.
Segundo o TCU, a Secretaria de Controle Externo de Aquisições Logísticas (Selog) entendeu que a compra feita pelo edital da Marinha resultou em um prejuízo de R$ 27.820,80. A Selog recomendou a adoção de medidas administrativas para a devolução dos valores.
O cálculo para identificar o prejuízo levou em conta o preço médio do medicamento indicado no painel de preços do governo, que era de R$ 1,81, e o próprio valor inicial do edital, que previa pagamento máximo de R$ 1,47 pela unidade do medicamento.
O TCU também levou em consideração um outro pregão, feito pelo Comando do Exército e homologado no dia 14 de abril de 2021. Este edital previa o pagamento de R$ 1,50 por comprimido – mais da metade do valor do pregão da Marinha.
O Hospital Naval Marcílio Dias terá 90 dias para “apuração do débito e obtenção do ressarcimento do dano causado ao erário, em valores devidamente atualizados”.
Fonte: G1
