A possibilidade de alteração nas regras para a aposentadoria tem preocupado os brasileiros. Possíveis mudanças como ampliação do tempo de contribuição e idade mínima fez com que a busca por modelos de previdência que garantam o padrão de vida no futuro fosse intensificada. Neste sentido, a previdência complementar surge como uma segurança a mais. De acordo com entidades do setor, apenas a discussão da possibilidade de reforma já repercutiu na procura por informações. “
Os ativos das entidades fechadas de previdência complementar atingiram R$ 787 bilhões em setembro de 2016, o que representa 13,1% do PIB do País, de acordo com a estatística da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp). Em janeiro de 2016, o valor representava 12,1% do PIB. O movimento também foi sentido pela Icatu Seguros, empresa que acredita em uma maior percepção do consumidor sobre a importância dos serviços oferecidos pela previdência complementar. Para o vice-presidente do grupo, a visão de que o governo garantirá o futuro está ultrapassada. Hoje se entende que cada um precisa garantir o seu.
Pelo texto do projeto delineado pelo governo, a idade mínima para a aposentadoria será de 65 anos para homens e mulheres. Para receber o total do benefício, o tempo de contribuição deve ser de 49 anos, com regra de transição para mulheres com 45 anos e homens com 50 anos. A alegação do governo para a reforma é a inversão da pirâmide etária, que se intensifica no País. Independentemente de fatores políticos, a transição demográfica é uma tendência irreversível, não só brasileira, mas mundial.
O que se alterou para que em 2016 essas medidas fossem trazidas à tona, é a discussão que se formou em torno do orçamento da União. Grande parte desta conta recai sobre a previdência. Para este ano, R$ 572,7 bilhões estão previstos no orçamento da União para a previdência social. As novas regras foram entregues à Câmara dos Deputados e, no momento, aguardam parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O debate em plenário começa em 2017.
A previdência complementar surge como alternativa à possibilidade de o brasileiro ficar amparados por um novo regime da previdência social, mas ela não é a única possibilidade. Técnicos do Tesouro Nacional avaliam que a procura de investidores pelo Tesouro Direto deve aumentar. Da mesma maneira, os demais fundos de investimento. O Tesouro Direto foi criado pelo governo em 2002, com a finalidade de popularizar a aquisição de títulos públicos por pessoas físicas.
