Na parte final da manhã, durante a caminhada diária, apesar do adiantado da hora, me encontrei no meio das árvores e sob a proteção de suas sombras; olhei ao redor, edifícios e casas compõe um conjunto desigual, onde o belo não existe, e a desarmonia arquitetônica ainda não terminou o seu trabalho…
De súbito, me bateu um momento reflexão: comecei a lembrar da minha trajetória até chegar aqui, agora, nesse momento, onde ainda continuo em busca de mim, afinal são sessenta anos percorridos por estradas quase sempre esburacadas e atalhos onde habitavam meus medos e pesadelos.
Venho conseguindo superar todos os percalços com muita inteligência e pouca sabedoria – o estudo foi pouco -, contando também com a ajuda de muita gente boa e principalmente com o meu Deus, com quem costumo conversar sem a intermediação dos religiosos, a quem quase sempre abomino, com honrosas exceções.
Pernambucano de nascimento, vim morar no RN ainda criança juntamente com meus pais.Pra minha sorte e felicidade, tornei-me mais um papa jerimum-não que desgoste de Pernambuco, ao contrário-, aqui finquei raízes e vivo feliz, tendo a ousadia de dizer: não troco Natal por lugar algum, pois afinal , como viver sem Natal?
Assim como a minha querida Natal, que está crescendo em desarmonia arquitetônica, e busca uma saída pra sua expansão, eu continuo em busca de mim, apesar do adiantado do tempo. Mas, isso fica pra uma outra conversa.
Até lá!