QUE FALTA FAZ CORTEZ –

O dia 17 de outubro é a data de nascimento do falecido Governador Cortez Pereira, injustiçado pela mesma Revolução de 1964 que o escolheu para Governar o Estado do Rio Grande do Norte no período de 1971 a 1975. Se há quem concorde com os motivos que o levaram à suspensão de seus direitos políticos, não haverá quem não concorde com as ideias inovadoras com que ele governou o Estado.

Quem pode olvidar da importância do projeto de cultivo de camarão nas águas marítimas que faziam o caminho de volta para o alto mar frustradas por não se transformarem em sal? Se não foi o redentor da economia potiguar dizimada com o extermínio do algodão mocó diante de vários inimigos naturais e artificiais, foi e é sem dúvida um dos poucos mais expressivos itens de nossas exportações.

Quem poderia deixar de enaltecer não apenas a criatividade como a solução mais rápida e adequada para a mão-de-obra que perdera o emprego em consequência da mecanização das salinas e da falta de chuvas para o pequeno produtor rural. O que se deu no projeto de colonização de Serra do Mel, do qual falava em todos os lugares e para todos, motivado por uma quase devoção, inclusive tendo eu testemunhado pessoalmente quando, falando para empresários em São Paulo, concluiu declarando que o caju produzido em Serra do Mel era a fruta mais democrática e universal porque servia para tira gosto da cachaça do pobre e do whisky do rico.

Ah, Cortez Pereira, como você faz falta, não somente aos seus filhos e netos – já que sua Aida já foi ao seu encontro. Você faz falta ao Rio Grande do Norte e ao seu povo, tão sofridos e carentes de políticos de sua grandeza intelectual e humana, sofrendo diante da pequenez de propósitos de quantos não poucos se servem das mais elementares necessidades. Eu que lhe vi chorando quando, voltando de Areia Branca, já depois de deixar o Governo, passando por Serra do Mel viu e ouviu reclamação pelo abandono daquele projeto, penso que você não resistiria testemunhar como se encontra o Rio Grande do Norte. Descanse em paz!

 

 

Alcimar de Almeida Silva – Advogado, Economista, Consultor Fiscal e Tributário, Chefe de Gabinete da Casa Civil, Coordenador de Assistência aos Municípios e Presidente da Fundação do Bem Estar Social no Governo de Cortez Pereira

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