Policiais e manifestantes em Tunes, na Tunísia, no dia 9 de janeiro de 2018 (Foto:  Fethi Belaid/AFP)

Pelo menos 200 pessoas foram detidas e cerca de 50 policiais ficaram feridos na noite de terça-feira (10) na Tunísia durante protestos contra os cortes e a alta dos preços que se sucedem desde que há dez dias entrou em vigor o novo orçamento do Estado marcado pela austeridade.

A maior parte dos protestos aconteceu em bairros da capital, Tunes, e distritos da periferia como Ben Arous, onde um grupo de pessoas assaltou e saqueou um supermercado de uma conhecida rede internacional francesa sem enfrentar a resistência das forças de segurança.

Em um vídeo que circula nas redes sociais, é possível observar dezenas de cidadãos saindo da loja com todo tipo de produtos, de alimentos a aparelhos eletrônicos.

Um empresário local confirmou à EFE que supermercados e grandes estabelecimentos comerciais receberam a recomendação das autoridades para que adiantem em duas horas o horário de fechamento das suas portas.

“No total, 49 policiais ficaram feridos ontem à noite e 206 pessoas que criaram problemas foram detidas ao longo do país”, detalhou a uma rádio local o porta-voz do Ministério de Interior, Khalifa Chibani.

De acordo com o porta-voz, unidades antidistúrbios e outras forças policiais se posicionaram na capital e em diversas áreas do país, inclusive na cidade de Tebourna (situada a 40 quilômetros ao oeste da capital), onde na segunda-feira (8) morreu um manifestante.

Apesar das imagens que circulam pela internet e os depoimentos de testemunhas, a polícia afirma que não foi responsável pela morte e que o homem, de 55 anos, morreu em consequência de uma crise respiratória que poderia ter sido causada por inalação de gás lacrimogêneo. Os ativistas, por sua parte, dizem que o homem foi atropelado por uma viatura.

O incidente fez com que dezenas de jovens se concentrassem na terça-feira em frente à sede do Ministério de Interior aos gritos de “Polícia assassina, Ministério terrorista” e “Não temos medo, as ruas voltarão a ferver”.

Enfrentamentos similares aconteceram também em cidades do sul do país, como Gafsa, Kasserine, fronteiriça com a Argélia e feudo jihadista, e Sidi Bou Sid, origem da revolução que em 2011 acabou com a ditadura de Zine El Abidine Ben Ali.

fonte: G1

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