
Um dos momentos mais emocionantes para a maioria dos casais é ver o bebê na barriga da mãe durante o exame de ultrassom. Mas esse momento mágico não é para todos. Até então, mães com deficiência visual não sabiam o significado desse sentimento. Mas uma nova tecnologia vem mudando isso e ela estará disponível em Natal nos próximos meses. A equipe da Ciência Ilustrada, encubada no Instituto Metrópole Digital, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, desenvolveu um programa de computador que imprime as imagens da ultrassonografia em terceira dimensão, ou seja com volume e contornos reais. Com o tato mais desenvolvido, as mães cegas podem saber com quem seu filho parece.
O projeto Anatomo 3D foi idealizado há uns seis meses e vem sendo desenvolvido pela equipe formada pelo oftalmologista Francisco Irochima, o professor Allan Martins, do Departamento de Engenharia Elétrica UFRN, e pela mestranda Luana Wandecy Pereira, que decidiu dedicar seu mestrado de Inovação Tecnológica ao tema e acabou se juntando ao grupo.
“Tivemos a ideia de imprimir todo o corpo humano em 3D, e para isso a gente precisaria de um banco de dados, transformar tudo isso em arquivos para que sejam impressos. Por exemplo, se eu quiser o fêmur ou o crânio, ter isso como um site disponível para poder imprimir na impressora 3D”, comenta Francisco Irochima.
Foi a partir desse propósito inicial que surgiu o projeto Anatomo 3D. Francisco Irochima e Luana se uniram a Allan e fizeram uma pesquisa de mercado com ultrassonografistas 3D. Assessorados pelo médico Emílio Hipólito, criaram uma equipe para introduzir a impressão fetal 3D no Rio Grande do Norte e , por conseguinte, no Brasil, como adianta o oftalmolofista. “Tem faculdades de Medicina que não têm material anatômico. Seria uma maneira de atender essa demanda.”