O cenário de deterioração da economia brasileira tem provocado queda generalizada da produção industrial, e ampliado o número de Estados com dados negativos. Em abril, 13 dos 14 locais pesquisados pelo IBGE apresentaram recuo, segundo a Pesquisa Industrial Mensal Regional. Entre março e abril, apenas o Paraná avançou, com alta de 1,4%. A produção industrial recuou 7,6% em abril na comparação com igual mês de 2014.
A produção não tinha queda tão generalizada desde o fim de 2008. Em novembro daquele ano, a indústria caiu em todos as áreas pesquisadas e em dezembro, apenas um Estado se salvou. A queda na produção dos bens não duráveis já afeta diferentes Estados, principalmente no Nordeste. A renda mais apertada das famílias, maior restrição de crédito e juros mais altos estaria provocando a deterioração da indústria de bens não duráveis.
A avaliação do Instituto Estudos Desenvolvimento Industrial (Iedi) é que a queda generalizada revelada pela PIM mostra que “a crise já se alastrou para todo o tecido industrial”. Ela abarca as regiões mais intensamente industrializadas, como São Paulo, como também as indústrias das regiões mais especializadas do país. Para o Iedi, os dados refletem o andamento da economia brasileira.
No Norte, o Amazonas é um caso alarmante por causa da queda das vendas da linha marrom. Nos primeiros quatro meses do ano, o tombo da indústria amazonense já soma 18,2% ¬ é o pior dado entre todas as regiões pesquisadas pelo IBGE. Desde a Copa do Mundo o comércio de produtos de informática e televisores está caindo. Com a crise as pessoas deixam de comprar bens duráveis, como televisores e geladeiras.
Na comparação entre abril deste ano com o mesmo mês de 2014, o setor no Estado de São Paulo ¬ maior economia do país ¬ registrou recuo em 17 dos 18 segmentos analisados, segundo o IBGE. Foi a queda mais generalizada em toda série histórica paulista, apenas a indústria de minerais não metálicos se salvou e avançou 2,3% ¬ no confronto com abril do ano passado.
