Produção de peixes no RN é exemplo de desenvolvimento econômico aliado à preservação de nascentes

A propriedade de Elias Miguel de Oliveira tem 60 hectares, que ele comprou há duas décadas. Era um ambiente bem diferente do atual. “Isso aqui era tudo desmatado. Então eu vi que tinha um potencial muito grande de água, das nascentes. E a partir dai a gente começou a deixar a mata se recompor”, conta.

A Fazenda Laurence é uma jóia num estado que tem mais de 90% composto de semiárido. 60% da propriedade rural tem área preservada. Ao todo, ela comporta 12 nascentes do rio Ararai, que desagua na lagoa de Nísia Floresta.

No local, a vegetação é de caatinga e mata atlântica. Mesmo sem chuva, as nascentes nunca secaram. Isso é fruto de um trabalho sério de preservação, desde onde a vida começa. Na principal nascente do rio, a água é tão pura que dá para beber.

Das nascentes, a água segue seu caminho, dando verde e vida à natureza por onde passa e matando a sede de animais. Um dos destinos são os viveiros de peixe da fazenda, que são um exemplo de que é possível desenvolver um bom negócio de psicultura. A água limpa que chega ao local é fundamental para o processo.

No laboratório da fazenda, é possível ver o processo de crescimento dos peixes, desde os ovos até a fase em que se tornam alevinos, quando ficam prontos para serem vendidos aos produtores.

O engenheiro conta ainda que o ao longo dos anos a principal produção no estado é a de tilápia. Mas hoje ela divide espaço com o panga – um peixe natual do Vietnã, que chega a pesar até 50 quilos e pode render até 50% de filé – uma boa vantagem para o mercado e também ao consumidor. Por enquanto, a produção dele só é permitida em São Paulo e no Rio Grande do Norte.