A primeira noite de desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro teve política, literatura e música cantados em sambas-enredos. Alegorias grandiosas foram vistas do início ao fim do desfile, mas Salgueiro e Beija-Flor levantaram mais o público com suas torcidas numerosas. Com alegorias grandiosas e fantasias ricas, o Salgueiro levantou a Sapucaí com um enredo que começou no inferno e percorreu o caminho da Divina Comédia em direção ao céu. A Beija-Flor recontou a história de Iracema em um desfile com alegorias e fantasias luxuosas e coloridas, que compensaram a desvantagem de desfilar durante a manhã deste domingo. O samba fácil de cantar estava na ponta da língua dos integrantes da escola, e logo foi aprendido pela arquibancada.

A Grande Rio causou frisson com Ivete Sangalo na Sapucaí. Aguardada com ansiedade para estrear na Sapucaí, ela chegou e saiu da avenida cercada de seguranças duas vezes. Em uma aposta arriscada, a Grande Rio trouxe a cantora na coreografia da comissão de frente, e, quando Ivete chegou à dispersão, um carro estava à espera para levá-la às pressas para a última alegoria. O plano funcionou, e o público saiu ganhando com a diva passando duas vezes pelo sambódromo. A Imperatriz emocionou com a homenagem a lideranças indígenas do Xingu. Já a Paraíso do Tuiuti, marcada pelo atropelamento de mais de 20 pessoas por um de seus carros alegóricos, fez o que pôde para não ter seu desfile abalado pelo desastre. A escola abordou o movimento antropofágico modernista e o Tropicalismo, entrando na Sapucaí com muitas cores da fauna e da flora nacionais. O desfile das escolas do Grupo Especial continua na noite de hoje.

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