A Polícia Civil investiga uma denúncia de tentativa de compra de votos em uma aldeia do Xingu, em Mato Grosso. De acordo com a denúncia, foram oferecidos R$ 1,5 mil para que indígenas apoiassem os candidatos indicados em um santinho. Um vídeo mostra o momento em que o cacique devolve o valor e homem insiste.
A denúncia foi feita pelo cacique, que aparece no vídeo falando com o secretário de Agricultura de Marcelândia, Lincoln Alberti Nadal. Segundo a denúncia, Lincoln esteve na aldeia Tuba-Tuba do Povo Yudjá Juruna antes do primeiro turno acompanhado de outros dois homens e ofereceu o valor em troca de votos nos candidatos indicados por ele.
Na ‘cola eleitoral’, aparecem os nomes de Jair Bolsonaro (PL), candidato à presidência; Mauro Mendes (União Brasil), que foi reeleito governador estadual; Wellington Fagundes (PL), eleito senador; Fábio Garcia (União Brasil), eleito deputado federal e Silvano Amaral (MDB), que ficou como suplente para deputado estadual.
O vídeo mostra o momento em que o cacique devolve ao secretário os valores. O líder justifica que eles não aceitariam suborno e que queria melhorias para a aldeia em conversas com as lideranças municipais.
“Esse dinheiro, a gente não vai pegar. Esse dinheiro, a gente vai devolver porque a nossa organização não aceita isso. Para o dinheiro atender um povo, tem que ser um dinheiro que resolve nosso problema, tem que ser conversado com a prefeitura ou com o prefeito, com o pessoal da Saúde, Secretaria de Saúde, só assim a gente aceita. Agora, um dinheiro que aparece de repente, isso a nossa organização não aceita”, diz em trecho da imagem.
Na sequência, o secretário ainda responde tentando fazer com que o homem fique com a quantia e cita uma conferência. De acordo com representantes da aldeia, eles fariam naquele mês a Conferência da Medicina Tradicional e buscavam apoio. Com a recusa, Nadal ainda insiste com o cacique perguntando se os indígenas não queriam comprar alimentos e combustíveis com o valor.
Após o caso, as lideranças procuraram a Polícia Civil e registraram denúncia contra o secretário. O caso é investigado.
Fonte: G1
