Além de preservar a marca BR, a Petrobras pretende garantir, no processo de venda da BR Distribuidora, que a empresa mantenha um certo grau de integração com as operações da holding. Uma das possibilidades avaliadas internamente é incluir, no acordo de acionistas a ser negociado com o novo sócio, um compromisso de compra de um volume mínimo de derivados produzidos nas refinarias da estatal. Segundo uma fonte a par do assunto, a proposta está sendo estudada dentro da diretoria de refino e gás natural da Petrobras. A ideia é que a BR continue a funcionar como um ativo importante dentro da estratégia de escoamento do parque de refino da petroleira.
A Petrobras tenta assegurar também que não venha a perder mercado, no futuro, para importadores. Durante as negociações passadas para a venda de uma fatia minoritária da BR, a Vitol, uma trading suíça, manifestou interesse. Isso despertou o temor de que a distribuidora brasileira viesse a se tornar uma grande importadora de combustíveis da companhia europeia. A BR é importante fonte de escoamento da produção de derivados da estatal e comercializa, hoje, um volume de diesel equivalente a 38% da produção nacional do derivado, por exemplo. Outra fonte, no entanto, afirma que o assunto ainda não é consenso dentro da estatal e que a proposta de fixação de um volume mínimo de compra de combustíveis da Petrobras nunca passou pelo conselho de administração da petroleira.
No fim de julho, ao anunciar a mudança no modelo de venda da BR, a estatal já havia sinalizado que pretendia “manter a operação integrada na cadeia de petróleo”. “O modelo que está sendo proposto é manter a BR integrada. Capturamos mais valor da BR se ela continuar sendo uma empresa integrada”, disse a gerente executiva de aquisições e desinvestimentos da estatal.
