
O ano de 2016 parece estar trazendo consigo novos ventos para a Petrobras. A companhia passa por um momento financeiramente delicado, o que já a fez reduzir de US$ 27 para US$ 19 bilhões os seus investimentos para os próximos doze meses, e novas possibilidades começam a ser trabalhadas dentro da estatal. A venda de ativos menores e menos rentáveis, como campos em terra e em águas rasas, já está garantida e a companhia agora passa a buscar sócios dispostos a desembolsar investimentos em seu nome e da própria Petrobras.
A companhia quer que os futuros sócios façam os investimentos necessários nas áreas em sua totalidade, com a garantia de receber os valores no futuro. Com isso, a execução dos projetos não sofreria qualquer tipo interrupção por causa de falta de recursos no caixa da Petrobras. Caso a estratégia não seja bem sucedida, a Petrobras se verá forçada a se desfazer por completo dos ativos, aumentando ainda mais o seu plano de desinvestimentos. O pré-sal já está na lista de vendas, com a área de Júpiter sendo ofertada ao mercado.
Pedir ajuda para atingir metas não é demérito e soluções do mesmo tipo já vinham sendo indicadas há algum tempo. Em julho do ano passado, a possibilidade de recorrer a parceiros já havia sido sugerida, para minimizar os efeitos da crise e retomar as atividades do setor de óleo e gás nacional. A obrigatoriedade de participação de 30% pela Petrobras em todos os campos no pré-sal explorados em regime de partilha acabou sendo um peso a mais para a companhia, que hoje não conta com caixa suficiente para os investimentos necessários. Um projeto de lei do senador José Serra (PSDB-SP) que revoga a participação obrigatória da Petrobras no regime de partilha já está na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e, se aprovado, também acaba com a participação mínima da empresa em, pelo menos, 30% da exploração e produção em cada licitação.