Dois momentos –

Dois momentos recentes foram marcantes na campanha eleitoral dos EUA. Primeiramente, a tentativa de Trump utilizar forças do exército para conter protestos em cidades norte-americanas. O Secretário de Defesa, Mark Esper, militar da reserva, teve a coragem de rejeitar o pedido presidencial alegando não apoiar a invocação da Lei de Insurreição. É ela que tem garantido que as forças federais não sejam uma tropa de ocupação em seu próprio território. Somente em ocasiões especialíssimas é que as Forças Armadas podem fazer papel de polícia. Para Esper, os governadores de estado poderiam convocar as Guardas Nacionais ou o Presidente federalizá-las para combater os distúrbios urbanos que estavam ocorrendo. Trump não engoliu a posição de Esper e, recentemente, o demitiu do governo. Já no Brasil proliferam as operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), ou seja, o Exército é cada vez mais usado para exercer o papel de polícia. E isto é visto como sendo algo normal pelos políticos, mídia e Academia.
Em segundo lugar, fui surpreendido pelo procedimento das redes de TV NBC, CBS e ABC. Pouco se importando com sua função primordial de informar, retiraram do ar o pronunciamento oficial do Presidente Trump feito na Casa Branca. Alegaram que o primeiro mandatário estava mentindo. Portaram-se como juízes como se togados fossem. Já as redes CNN e Fox Internacional tiveram um comportamento mais profissional e democrático. Transmitiram a fala de Trump e depois partiram para o ataque sobre o teor da mesma. Quem controla a mídia?

 

 

 

Jorge Zaverucha – Mestre em Ciência Politica pela Universidade Hebraica de Jerusalém, Doutor em Ciência Política pela Universidade de Chicago; Professor titular aposentado do Departamento de Ciência Política da UFPE

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