Quase sempre, o facínora exibe comportamento antissocial, é manipulador, mentiroso e lhe falta empatia no trato para com as pessoas. Desrespeita as leis e o direto dos outros.
As ações de um facínora podem causar danos significativos à sociedade, incluindo violência, injustiça, abuso e violação dos direitos humanos, como sempre se vê.
A sociedade é refém das decisões do facínora, de sua maldade e prepotência. Ai de quem se insurgir contra ele. Chega ao ponto do ser humano achar que contra o facínora, só quem pode é Deus.
Facínoras muitas vezes enfrentam consequências legais por seus atos, pois suas ações podem resultar em danos irreparáveis às vítimas e à comunidade como um todo.
Geralmente, eles exibem comportamentos antissociais e mente doentia, criativa e perigosa. São autossuficientes, megalomaníacos e narcisistas.
O seríssimo tema resultou no filme estadunidense “O HOMEM QUE MATOU O FACÍNORA” (1962), do gênero western, dirigido por John Ford, baseado num conto da escritora Dorothy M. Johnson. Esse filme é considerado um dos melhores filmes de faroeste de todos os tempos, sendo aclamado tanto pela crítica quanto pelo público.
A obra é frequentemente analisada por sua profundidade temática e pela forma como redefine o gênero western, apresentando uma narrativa que questiona os mitos da fronteira americana (Wikipedia). Explora a transição do Velho Oeste para uma era de lei e ordem, com um elenco estrelado por James Stewart e e John Wayne.
O filme, lançado em 1962, conta a história do senador Ransom Stoddard (James Stwart), que retorna à cidade de Shinbone para o funeral de seu amigo Tom Doniphon (John Wayne). Durante sua visita, um repórter o entrevista e Stoddard relembra sua juventude, quando chegou à cidade como um advogado recém-formado, e se deparou com o pistoleiro Liberty Valance (Lee Marvin), que representava a lei do mais forte em um Oeste dominado pela violência. A narrativa é contada em um longo flashback, onde Stoddard tenta usar a lei para combater Valance, enquanto Doniphon acredita que a força é a única solução.
A história começa quando as pessoas estão preparando um funeral. Um senador dos Estados Unidos e sua esposa estão de volta à pequena cidade de Shinbone, num território do Oeste não identificado (provavelmente, o Colorado, com menções ao Rio Picketwire). O senador começa a contar a um jornalista a razão de estar ali para o enterro. Na medida em que os fatos são relatados, aparecem as cenas em flashback.
Contando com antigos atores do cinema mudo, foi o último filme da atriz de seriados Helen Gibson, cujo nome não aparece nos créditos. Foi também o último filme do ator de Western Jack Perrim, igualmente não creditado, que atuou, ainda, em algumas séries de televisão. Assim como foi, também, o nome da atriz Doroty Phillips.
Stuart Holmes, outro ator da era muda, que atuava desde 1909, continuaria a trabalhar e fez seu último filme em 1964.
O senador é Ransom Stoddard, na sua juventude um advogado que acreditava na lei e na ordem, mas que se recusava a carregar um revólver. Ele era amigo de Tom Doniphon, um pistoleiro que via nas armas a melhor forma de fazer justiça.
Doniphon e Stoddard mantiveram um tenso relacionamento, pois ambos se interessavam por Hallie. Hallie acabou preferindo Stoddard, para desilusão de Doniphon. (O personagem de John Wayne chamou de “Pilgrim” seu rival amoroso interpretado por James Stewart, cerca de 23 vezes no filme. O termo acabou se tornando característico de Wayne, sendo continuamente imitado, porém só voltou a usá-lo em McLintock).
Quando o fora-da-lei Liberty Valance retornou faminto à cidade, causou desordem nos salões e restaurantes. Valance temia apenas um homem: Tom Doniphon. O bandido roubara e espancara Stoddard quando este chegara à cidade, obrigando-o a trabalhar no restaurante para pagar pela comida e estadia. Quando viu Stoddard, Valance o provocou, mas Tom intercedeu.
Valance continuou a aterrorizar a cidade. Stoddard decidiu fazer alguma coisa e acabou desafiando Valance para um duelo. Completamente desajeitado com uma arma, Stoddard era, porém, presa fácil para o bandoleiro.
Depois que deixou o bar para duelar com Ransom Stoddard, curiosamente Liberty Valance vencera uma rodada de pôquer com um par de “ases” e um par de “oitos”. (Esta é a famosa “Dead man’s hand” (mão do homem morto), chamada assim porque eram essas cartas que estavam na mão de Wild Bill Hickok, quando quando ele foi assassinado por Jack McCall em Deadwood, Dakota do Sul, em 2 de agosto de 1876).
Mas, quando chegou o duelo, coisas misteriosas e surpreendentes aconteceram. Ao final da narrativa para o jornalista Maxwell Scott, Stoddard revelou quem realmente matara Valance, e perguntou: “Vai usar essa história, Mr. Scott?”. A resposta foi a famosa frase: “This is the West, sir. When the legend becomes fact, print the legend”. (“Este é o Oeste, senhor. Quando a lenda precede os fatos, publique-se a lenda”).
