Em entrevista à GloboNews, Marina Silva, deputada federal eleita que compõe a equipe de Lula na COP 27, falou sobre as expectativas sobre a conferência do clima da ONU. A ex-ministra do Meio Ambiente viaja na madrugada desta quarta (9) para a convenção, que acontece no Egito.

Questionada sobre a mudança de postura do Brasil na COP, Marina foi enfática ao dizer que o Brasil não será mais o chantagista da conferência.

“O Brasil não vai mais para a COP na condição de país chantagista, que vai chantagear os países ricos, dizendo que só vai proteger a Amazônia se nos pagarem para isso. O compromisso do Brasil sempre foi proteger a Amazônia e os biomas brasileiros. É uma decisão estratégica, política e ética do Brasil”.

Marina também acredita que existe uma grande expectativa em relação a participação do Brasil. “Há um grande desejo que o Brasil volte à cena das políticas ambientais globais, sobretudo na agenda do clima”, disse.

“A grande expectativa é o Brasil de volta no protagonismo da agenda climática, de biodiversidade”.

A deputada federal explicou que a COP 27 está mais voltada para a implementação. “Na situação que a Europa está vivendo, com a guerra na Ucrânia, a entrada do Brasil na cena ocupa um lugar de fundamental importância. Se a Europa está com dificuldade de reduzir suas metas e se o Brasil continuasse na mesma pegada de destruição, estaríamos comprometendo qualquer possibilidade de estabilizar a temperatura da terra em 1,5ºC. A entrada do Brasil é celebrada duplamente”.

Sobre ser ministra do Meio Ambiente do governo, Marina Silva disse que esse não é o foco. “O presidente está focado na transição. Depois ele vai se concentrar na equipe que vai dar conta do recado imenso de reconstrução das políticas públicas, de toda governança ambiental. Ele tem o tempo e espaço necessário para refletir”.

Para ela, o mais importante é o Brasil “reassumir as ações que assumiu no passado”.

“Eu me sinto bem de estar contribuindo e de ter contribuído para que tivéssemos essa celebração e expectativa que o mundo tem em relação ao Brasil. Pude verificar que só de termos essas sinalizações, grandes fundos de investimento já voltaram a investir no Brasil”.

“Depois desse terrível inverno, do Brasil trancado para fora na condição de pária ambiental, que ninguém queria chegar perto, a gente poder novamente estar sinalizando de forma muito clara essas ações que podemos reassumir, como assumimos no passado, é muito animador”.

Fonte: G1

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