O BRASIL NA CORDA BAMBA DOS JUROS – 

O mundo inteiro está de olhos voltados para os Estados Unidos. A expectativa de corte nos juros pelo Federal Reserve mexe com o dólar, sacode as bolsas e, acredite, repercute até no bolso do potiguar que financia uma moto em Parnamirim ou paga a fatura do cartão em Mossoró. A lógica é simples: juros menores lá fora tornam o Brasil mais atraente para investidores. Resultado? O Ibovespa já renovou recordes. Mas atenção: recorde em Bolsa não significa vida fácil para o brasileiro. Aqui, a Selic continua nos sufocando em 15% ao ano.

Esse é o grande dilema. Enquanto o mundo enxerga espaço para respirar, o Brasil continua com o pé no freio. Crédito caro, consumo retraído, empresários adiando investimentos. E não é só em São Paulo ou Brasília: é no pequeno comerciante da Ribeira, no dono de pousada em Pipa, na família que tenta comprar a casa própria em Natal.

A Fazenda já revisou o PIB de 2025 para baixo, sinal de que a economia deve crescer menos que o esperado. Ou seja, o Brasil está no fio da navalha: precisa segurar a inflação sem estrangular de vez quem produz e quem consome. E aqui está o meu ponto de vista: o país não pode viver apenas da respiração do Fed. Precisamos de autonomia, equilíbrio e clareza nas decisões internas. Do contrário, ficamos reféns de expectativas internacionais — e a conta, como sempre, chega primeiro ao cidadão comum. O Brasil precisa aprender a respirar com seus próprios pulmões.

 

 

 

 

Sara Natália – Estudante de Direito

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