pobreza

O número de famílias com rendimento per capita inferior a 1/4 do salário mínimo voltou a crescer em 2015 após quatro anos de queda. É o que aponta a Síntese de Indicadores Sociais (SIS), divulgada nesta sexta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com a classificação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), famílias com renda de até 1/4 do salário mínimo per capita vivem na chamada “pobreza extrema”. Aqueles que vivem com até meio salário vivem em “pobreza absoluta”.

Segundo a pesquisa do IBGE, a faixa que mais cresceu entre 2014 e 2015 foi justamente a dos mais pobres, com renda de até 1/4 de salário mínimo per capita. Esse grupo saltou de 8% para 9,2% em um ano. Esse movimento reverte uma tendência de queda do número de pessoas que vivem na pobreza extrema no Brasil.

Segundo a pesquisa, em 2015, 27% das famílias brasileiras ganhavam até meio salário mínimo, o que representa um aumento de 2% em relação a 2015. Em 2013 elas somavam 25,8% e, no ano anterior, 26,7%.

Sem a correção de pensões e benefícios pelo mínimo, o número de pessoas mais pobres poderia ter crescido ainda mais, explica o IBGE. “O que segurou [o aumento no número de famílias mais pobres] é o fato de haver rendimentos que são atrelados ao salário mínimo. Se não fosse esta trava, teria sido ainda mais significativa a queda no rendimento”, destacou o pesquisador do IBGE Leonardo Athias.

De 2014 para 2015, o salário mínimo foi reajustado em 8,8%, passando de R$ 724 para R$ 788.

No ano em que o reajuste foi aplicado, caiu a proporção dos rendimentos do trabalho (de 70% em 2014 para 69,6% em 2015) na composição do rendimento das famílias que ganhavam até meio salário mínimo. No mesmo período, caiu de 14,8% para 13,5% os rendimentos provenientes de aposentadoria e pensão, ao passo em que aumentou de 15,2% para 16,9% as outras fontes de rendimento, aí incluídos os benefícios de programas sociais.

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