Médico Denis Mukwege, que atua na República Democrática do Congo, e a ativista Nadia Murad, ex-escrava sexual do Estado Islâmico no Iraque, ganharam o prêmio Nobel da Paz de 2018  — Foto: Christian Lutz/AP
Médico Denis Mukwege, que atua na República Democrática do Congo, e a ativista Nadia Murad, ex-escrava sexual do Estado Islâmico no Iraque, ganharam o prêmio Nobel da Paz de 2018 — Foto: Christian Lutz/AP

A ex-escrava sexual do grupo extremista Estado Islâmico Nadia Murad e o médico ginecologista Denis Mukwege ganharam o Prêmio Nobel da Paz 2018 por seus esforços para acabar com o uso da violência sexual como arma de guerra e conflito armado. O anúncio dos vencedores foi feito na manhã desta sexta-feira (5), em Oslo, na Noruega.

Denis Mukwege, de 63 anos, passou grande parte de sua vida adulta ajudando as vítimas de violência sexual na República Democrática do Congo, na África, e lutando por seus direitos. Ele e sua equipe trataram cerca de 30 mil vítimas desses ataques, desenvolvendo grande experiência no tratamento de lesões sexuais graves.

Conhecido como “doutor milagre”, ele é um crítico feroz do abuso de mulheres durante guerras e descreveu o estupro como uma “arma de destruição em massa”.

Financiado pela Unicef e outros doadores, Mukwege montou um hospital com 350 leitos, uma unidade de atendimento móvel e um sistema para oferecer microcrédito para as vítimas reconstruírem sua vida.

“O princípio básico de Denis Mukwege é que ‘a justiça é da conta de todo mundo’. O Prêmio Nobel 2018 é o símbolo mais importante e unificador, tanto nacional como internacionalmente, da luta para acabar com a violência sexual na guerra e nos conflitos armados”, diz a organização no tuíte acima.

Nadia Murad, de 25 anos, se tornou uma ativista dos direitos humanos da minoria yazidi após sobreviver a três meses de escravidão sexual imposta por integrantes do EI no Iraque.

Após escapar dos terroristas, em 2014, ela liderou uma campanha para impedir o tráfico de seres humanos e libertar o grupo étnico-religioso yazidis, que é composto por cerca de 400 mil pessoas. As crenças desse grupo misturam componentes de várias religiões antigas do Oriente Médio. A etnia é considerada “infiel” pelos extremistas do EI.

Estima-se que 3 mil garotas e mulheres yazidis foram vítimas de estupro e outros abusos por parte dos extremistas no Iraque. A violência sexual foi sistemática e fazia parte de uma estratégia militar empregada pelos terroristas contra minorias religiosas.

Em 2016, ela foi nomeada embaixadora da Boa Vontade da ONU para a Dignidade dos Sobreviventes do Tráfico Humano.

Fonte: G1

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