Sabe aqueles caras que você acha que ia viver pra sempre? Que já passou por tanta coisa e continuava lá, firme e forte? Esse era Niki Lauda. Tricampeão mundial de Fórmula 1 e um dos responsáveis pelo sucesso da melhor equipe dos dias atuais, a Mercedes. Um dos maiores pilotos da história da categoria. Que escapou de um dos mais terríveis acidentes da história da categoria, o incêndio em Nürburgring, em 1976. E que voltou a correr 43 dias depois, na Itália, após perder apenas duas corridas. Tricampeão do mundo em 1984, depois de voltar de uma breve aposentadoria de três anos – algo que nem Michael Schumacher conseguiu. O único piloto campeão por Ferrari e McLaren. Niki Lauda foi um sobrevivente. E que nos deixou ontem (20), aos 70 anos, por complicações renais após um transplante de pulmão realizado em agosto de 2018. Vai deixar saudades.
Como piloto, Lauda foi um dos melhores de todos os tempos. De família rica, ele não teve apoio para iniciar sua carreira no automobilismo. Seus pais sonhavam com uma carreira nos negócios, mas a paixão pela velocidade falou mais alto. Juntou dinheiro, andou em diversas categorias até chegar na Fórmula 1 pela March em corridas em 1971 e 1972, e disputar uma temporada completa na BRM em 1973. A fama de piloto talentoso e bom acertador de carros chegou na Ferrari, onde foi contratado em 1974. Lá foram dois títulos mundiais e o pior acidente da carreira em Nürburgring, quando teve o lado direito do corpo seriamente queimado e chegou a receber a extrema-unção no hospital.
Depois da Ferrari, uma breve passagem de dois anos pela Brabham, onde chegou a ser companheiro de Nelson Piquet. A aposentadoria viria na sequência, para cuidar de sua própria companhia aérea, a Lauda Air. Os aviões eram uma de suas paixões. Os negócios não foram tão bem e ele topou voltar à Fórmula 1 em 1982 pela McLaren. Dois anos depois, o terceiro título, após uma ferrenha disputa com o companheiro Alain Prost. A saída definitiva da categoria veio no fim de 1985. Depois disso, Lauda foi consultor da Ferrari, chefe da Jaguar e comentarista de TV até entrar de cabeça no bem-sucedido projeto da Mercedes, onde era o presidente não-executivo. Foi o principal responsável pela contratação de Lewis Hamilton para a temporada de 2013.
Fonte: G1
