Dona de casa Zélia Targino, colocou a cadeira de rodas elétrica da filha sobre outros móveis para proteger equipamento da água — Foto: Vinícius Marinho/Inter TV Cabugi
Dona de casa Zélia Targino, colocou a cadeira de rodas elétrica da filha sobre outros móveis para proteger equipamento da água — Foto: Vinícius Marinho/Inter TV Cabugi

Natal registrou cerca 125 milímetros de chuva em 24 horas, entre o meio-dia de terça-feira (17) até o mesmo horário desta quarta-feira (18). O volume representa mais de um terço do esperado para todo o mês de junho, de acordo com o governo do estado.

O volume de chuvas causou transbordamento de lagoas de captação, queda de árvore e postes, além de alagamentos em ruas e avenidas da capital potiguar.

Segundo o setor de meteorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), a população da capital e de cidades da região metropolitana deve se preparar para enfrentar mais chuvas ao longo do dia.

A previsão é de que as condições climáticas continuem com intensidade de moderada a fraca e possibilidade de pancadas de chuvas mais fortes em determinados momentos do dia.

O meteorologista Gilmar Bristot enfatizou que na segunda quinzena de junho, e também durante o mês de julho, há uma probabilidade maior de precipitações na região.

“Nesses últimos dias, nós observamos um aquecimento no Oceano Atlântico, o fortalecimento da alta pressão do Atlântico Sul e, consequentemente, um vento mais sudeste, trazendo umidade. Isso fez com que, nessas últimas horas, nós tivéssemos muita chuva aqui no litoral”, comentou. “Chuvas que ultrapassaram 100 milímetros em algumas localidades aqui no Litoral Leste do Estado.

 

O meteorologista diz que, normalmente, em Natal, a média é de 350 milímetros no mês de junho; e que, dependendo das condições térmicas do oceano, das condições de vento, é possível ter mais ou menos chuva – principalmente nas regiões Leste e Agreste.

A chuva se intensificou principalmente entre a madrugada e início da manhã desta quarta-feira (18) e causou alagamentos em vias da capital potiguar e transbordamento da lagoas de captação. No Loteamento José Sarney, na Zona Norte, a água invadiu as casas da comunidade.

Em Nova Parnamirim, na Grande Natal, o muro de um condomínio caiu e atingiu seis carros. Ninguém ficou ferido.

Em outro condomínio residencial, na Zona Leste de Natal, a água invadiu a garagem e deixou carros de luxo “boiando”.

Pelo menos 11 ruas ou avenidas importantes da cidade estavam intransitáveis às 8h, ou seja, sem condições para a passagem de veículos, segundo a Secretaria de Mobilidade Urbana da capital.

Árvores também caíram e atingiram o sistema elétrico, deixando parte da população sem energia entre a madrugada e a manhã. A companhia elétrica que atende o estado registrou duas ocorrências.

Na praia de Ponta Negra, a área que recebeu engorda da faixa de areia ficou alagada e uma cratera voltou a se formar próximo ao Morro do Careca. Parte da cerca no entorno da duna desabou.

Na Zona Norte da capital, a água que transbordo da lagoa de captação do loteamento José Sarney invadiu vários imóveis, como a casa de Zélia Targino.

A primeira preocupação da dona de casa foi proteger a cadeira de rodas elétricas da filha, comprada com valor financiado.

“A gente é obrigado a viver assim, porque a gente não tem outro canto para ir. O jeito é ficar aqui mesmo”, lamentou.

Fonte: G1RN

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