
Concentrados em Natal, Parnamirim, Extremoz, São Gonçalo do Amarante, Macaíba e Parnamirim, os empreendimentos do Programa Minha Casa Minha Vida no Rio Grande do Norte parecem, vistos à distância, integrados à área metropolitana. Mas, olhando bem de perto, se percebe o quanto essas comunidades pobres estão isoladas da vida nas cidades, reduzidas a pequenos guetos onde se reproduzem problemas antigos das periferias.
A constatação aparece em um estudo feito por professores dos departamentos de Arquitetura e de Políticas Públicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Com a finalidade de avaliar o programa habitacional implantado pelo Governo Federal a partir de 2009, os pesquisadores trabalharam em rede com 11 grupos de outras universidades, cada um analisando sua região. Os problemas apontados no RN foram os mesmos verificados no Ceará, Pará, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo – os outros estados pesquisados.
Contratado pelo Ministério das Cidades através do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), o estudo foi realizado em 2013 e 2014 e concluído em janeiro deste ano. No Rio Grande do Norte, a equipe de sete pesquisadores, coordenada pela professora Maria Dulce Picanço Bentes Sobrinha, do Departamento de Arquitetura, se debruçou sobre 17 empreendimentos, em seis municípios da Região Metropolitana de Natal, todos da faixa 1 do Programa Minha Casa, Minha Vida (destinado às famílias de menor renda).