
O já pouco favorável cenário econômico – sobre o qual a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do estado vem alertando há algum tempo – foi amplificado em fevereiro pela redução dos dias úteis em virtude do Carnaval. O resultado foi o pior desempenho para o Comércio Varejista Ampliado potiguar desde março de 2011, segundo o IBGE. A retração registrada foi de 5,5%, uma queda abissal quando comparada com o incremento de 10,2% registrado em fevereiro de 2014.
O número puxou também para baixo o desempenho do acumulado no primeiro bimestre, que ficou em (-1,7%), outra disparidade considerável quando comparado com os 8,4% positivos registrados nos dois primeiros meses do ano passado.
“Com o Carnaval em fevereiro, diferente do que aconteceu no ano passado, tivemos menos dias úteis (foram 18, no total) e isso também traz reflexos para as vendas. Durante a folia, apenas alguns segmentos específicos – como é o caso dos supermercados – faturam mais. Some-se a esta menor quantidade de dias úteis todo o contexto econômico que nós vivemos e sobre o qual já vimos falando bastante – juros em alta, inflação recrudescendo, crédito mais caro e menos investimentos públicos – e é fácil explicar este número tão ruim”, diz o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do RN, Marcelo Fernandes de Queiroz.
O presidente da Fecomércio faz questão de destacar que o resultado poderia ter sido pior. “Precisamos lembrar que a retomada do Carnaval em Natal encheu os hotéis da capital e fez com que os turistas – que normalmente vinham em busca de sossego – gastassem um pouco mais. A pesquisa que o nosso IPDC fez, indicou a injeção de R$ 54 milhões na economia de Natal no período de folia este ano. É claro que parte desses gastos já aconteceriam dentro do estado (feitos pelo natalense que iria para uma praia ou outro destino dentro do próprio estado e o turista que viria para ‘fugir’ do agito). Mas, não tenho dúvidas de que o incremento da vinda de turistas e a maior empolgação deles, que redunda em maiores gastos, serviu para aplacar um pouco este número negativo de fevereiro”.