Um dia após desavenças em torno da nova taxa de juros para os empréstimos do Bndes, que motivaram os pedidos de demissão de dois diretores do banco, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, defendeu ontem a criação da TLP (Taxa de Longo Prazo). “Não há dúvida de que nós achamos que a mudança da TJLP [Taxa de Juros de Longo Prazo], criando a TLP, é positiva”, Meirelles disse a repórteres, ainda em Hamburgo. O ministro foi à Alemanha acompanhando o presidente Michel Temer na cúpula do G20.

A nova política, definida por medida provisória editada pelo governo antes da chegada do novo presidente do banco, Paulo Rabello de Castro, prevê a implantação da Taxa de Longo Prazo (TLP), que ao final de um período de transição, será corrigida de acordo com os juros dos títulos do Tesouro NTN-B. O objetivo do governo é reduzir o volume de crédito subsidiado na economia. Os dois executivos que deixaram o Bndes discordavam do novo presidente do banco. “Eles discordam das opiniões dele”, disse Meireles, que afirmou ter planos de falar com Rabello assim que retornar o Brasil. Para Rabello de Castro, a TLP reduz a previsibilidade dos tomadores de financiamento do banco, que, “em um momento agudo (de alta de juros) podem não resistir”.

Em Hamburgo, Meirelles defendeu em diversas ocasiões as reformas econômicas propostas pelo governo Temer. “São do interesse do país, mas existe muita gente contra. Nós temos que trabalhar.” Outra preocupação brasileira, confirmada por Meirelles, é a possibilidade de que os EUA imponham restrições à importação de aço chinês. Um membro do governo familiar com as negociações afirmou recear que o Brasil seja vítima de uma “bala perdida”, com as restrições no mercado. O Brasil é hoje o segundo maior exportador de aço aos EUA.

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