Segue trechos de um Artigo de José Cocco (presidente da J.Cocco Sport Marketing e da J.Cocco Comunicação e Marketing) na sua coluna Marketing Esportivo no Portal 2014 (http://www.portal2014.org.br/).
Não basta ao Brasil mostrar ao mundo que tem capacidade de organizar um evento do tamanho da Copa do Mundo. Sem demérito nenhum, até a África do Sul, sem qualquer tradição no futebol, conseguiu organizar a contento o grande evento embora com alguns tropeços.
Diríamos até que é muito simples. É só acompanhar o que vários outros países fizeram. Construir alguns elefantes brancos, fazer alguns ajustes, algumas adaptações às condições locais e mostrar ao mundo a capacidade de realização.
Embora o grande momento da Copa do Mundo para os países sedes é o período efetivo dos jogos, quando a visibilidade internacional é imensa e extraordinária, é preciso que os países se conscientizem de que é uma oportunidade única e rara para precipitar as decisões de realização de inúmeras obras sociais.
Não podemos pensar apenas no período dos jogos e objetivar todas as ações e obras para aquele período.
O Brasil como nação, com seus estados, municípios, empresas, profissionais e cidadãos precisam ser motivados, a partir de já em aproveitar para alongar o “mês de felicidade” para um período muito maior.
E não, como diz o poeta: “tudo terminar na quarta-feira”. (A Felicidade – Vinicius de Moraes / Antonio Carlos Jobim)
Essa “felicidade” é proporcionar ao cidadão brasileiro muitos motivos de orgulho e de oportunidades de carreira profissional.
Dando oportunidade de formação, treinamento e encaminhamento.
Muitas e muitas pessoas se confundem sobre o que é marketing esportivo. É a pergunta que mais ouvimos.
Devemos dizer segmento de marketing esportivo ou segmento esportivo do marketing. Lógico que é a segunda opção.
Dessa forma, embora com necessidades específicas, o marketing esportivo deve ser exercido por profissionais de uma grande cadeia do mercado: administradores, gestores, treinadores, produtores de eventos e espetáculos de entretenimento entre vários outros.
A visão do mercado e de mercado desses profissionais é fundamental.
As oportunidades vêm do mercado para a empresa e não da empresa para o mercado. A Lei da Oferta e da Procura já foi revogada há muito tempo. Hoje é Lei de Procura e Oferta.
O que mais sentimos falta no segmento esportivo do marketing é a oferta de administradores e gestores com foco em marketing.
Pesquisa, planejamento, serviços de marketing, gerentes de produto, administradores de projetos, analistas de mensuração e resultados falando a linguagem de ROI, entre tantas outras necessidades.
O Marketing das Cidades é uma oportunidade atual e fundamental para o melhor desenvolvimento delas.
O que o cidadão espera, o que ele mais valoriza, qual a vocação da cidade – indústria, serviço, turismo etc – quais a prioridades de investimentos que vão mais ao encontro dos desejos e anseios do cidadão, nas suas mais diferentes fases de consumo, etária, educacional, cultural…
A Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos já chegaram e estão aí para propiciar às cidades motivação e oportunidades ímpares para fazer seus munícipes se orgulharem da cidade, dos seus administradores e de seus gestores.
Dos 5.565 municípios brasileiros, neste momento, apenas e tão somente 12 serão sedes da Copa do Mundo. O que poderão fazer os outros 5.553 para aproveitar e, principalmente, criar oportunidades mais perenes.
Observamos, pelo Brasil afora, ou adentro, centenas de Comitês Pro Copa, que têm em seus planejamentos apenas construção de estádios, estrutura urbana, transporte, aeroportos, portos.
O que não se observa é a real necessidade de aplicação dos conceitos de marketing na sua plenitude. O que o mercado quer e precisa e de como eu – poder público, privado, profissional ou cidadão – posso oferecer a solução. Ganhando dinheiro ou prestígio ou servindo a minha cidade.
Sabendo o que o mercado anseia é meio jogo realizado.
José Estevão Cocco