
Terceira colocada na eleição presidencial deste ano, a ex-ministra Marina Silva deixará o PSB no começo de 2015, quando pretende apresentar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) os papéis necessários para a segunda tentativa de transformar em partido o seu grupo político, a Rede Sustentabilidade. A movimentação ocorre ainda sob impacto do racha entre os “marineiros” após a decisão de apoiar o tucano Aécio Neves no 2.º turno.
A coleta de assinaturas, que estava congelada, foi retomada logo após a votação de 26 de outubro, Pelas contas dos dirigentes do grupo, faltam 32 mil rubricas certificadas para se atingir as 483 mil exigidas pela lei. O número diminuiu em relação à 2013, quando o TSE negou o primeiro pedido de registro da Rede, porque o cálculo leva em conta a última votação para a Câmara dos Deputados – em 2014, houve menos votos válidos que em 2010.
Durante a campanha, quando Marina liderava as pesquisas de intenção de voto, os integrantes da Rede cogitaram a possibilidade de ficar no PSB, em caso de vitória. Após o 1.º turno, dirigentes do partido deixaram aberta a possibilidade de manter os marineiros na legenda como uma corrente interna. A ideia, porém, foi rechaçada.
Adesões
Quando se constituir como partido, a Rede poderá receber deputados eleitos em outubro por outras legendas em suas fileiras, mas não herdará o tempo de TV nem os recursos do Fundo Partidário referentes a esses parlamentares. “Essa é uma questão dramática”, diz Walter Feldman, porta-voz do grupo. Ele afirma acreditar na possibilidade de reverter no Supremo Tribunal Federal a Lei 12.875, de outubro de 2013, que fechou as chamadas “janelas partidárias”. “Isso dificulta. Essa foi uma lei anti-Rede criada pelo Congresso”, diz Feldman. O assunto será discutido no dia 22, quando a direção executiva da Rede se reunirá em Brasília com Marina.