O ministro da Cultura, Marcelo Calero, durante audiência pública na CPI da Lei Rouanet (Foto: Lúcio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados)

O ex-ministro da Cultura Marcelo Calero prestou depoimento à Polícia Federal (PF) nessa quarta-feira (23) para falar sobre a denúncia que fez ao deixar a Esplanada dos Ministérios contra o titular da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima. A informação, publicada na edição desta quinta (24) do jornal “Folha de S.Paulo”, foi confirmada pela TV Globo.

Calero disse em entrevista à “Folha” no último sábado (19) e confirmou posteriormente em um evento com artistas no Rio de Janeiro que o motivo principal de sua saída do ministério foi a pressão que sofreu do titular da Secretaria de Governo para liberar um empreendimento imobiliário de alto luxo em Salvador no qual Geddel tinha comprado um apartamento.

A obra foi embargada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), órgão subordinado ao Ministério da Cultura.

Calero pediu demissão do cargo de ministro na última sexta-feira (18) e foi substituído pelo deputado Roberto Freire (PPS-SP).

Na segunda-feira (21), a Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu abrir um processo para investigar a conduta de Geddel no episódio relatado pelo ex-ministro da Cultura. O colegiado fiscaliza eventuais conflitos de interesse envolvendo integrantes do governo, mas não tem poder para punir nenhum servidor público, apenas pode recomendar ao chefe do Executivo sanções a integrantes do governo, entre as quais demissões. No entanto, agora, a Polícia Federal também irá apurar as denúncias de Marcelo Calero.

Nos últimos dias, Geddel admitiu que é proprietário de um apartamento no empreendimento, confirmou que procurou o então ministro da Cultura para tratar do embargo à obra, mas negou que tivesse pressionado Calero para liberar a construção do edifício.

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