
Lideranças da oposição e de partidos governistas avaliaram, reservadamente, que a defesa que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pretende apresentar ao Conselho de Ética da Casa e ao Supremo Tribunal Federal (STF) é “inconsistente” e “absolutamente frágil”. Para parlamentares ouvidos pelo Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, sob condição de anonimato, os argumentos antecipados pelo peemedebista e já divulgados pela imprensa nos últimos dias “não convencem” e não dão tranquilidade para Cunha seguir no cargo.
Como publicou o jornal O Estado de S.Paulo ontem o presidente da Câmara deverá afirmar ao Conselho de Ética que desconhecia a origem do depósito de 1,3 milhão de francos suíços em 2011 em seu favor num fundo da Suíça e que todo o dinheiro que tem fora do País é fruto da venda de carne enlatada para África e de operações no mercado financeiro. O peemedebista é acusado de ter contas secretas na Suíça, por meio das quais teria recebido dinheiro de propina de desvios de contratos na Petrobras, e patrimônio não declarado no exterior.
Para escapar da cassação de seu mandato no Conselho de Ética por supostamente ter mentido durante depoimento à CPI da Petrobras, quando negou ter contas no exterior, Cunha deverá sustentar que não tinha recursos depositados na Suíça ou em qualquer outro paraíso fiscal. O peemedebista dirá que possui trustes, e não contas correntes. O truste consiste na entrega de um bem ou dinheiro a uma instituição para que ela o administre em favor do depositante ou de um beneficiário. O deputado dirá que era beneficiário, e não administrador.