O ex-presidente da Fifa, João Havelange, morreu nesta terça-feira (16), às 5h01 da manhã, no Rio de Janeiro. Ele estava internado no hospital Samaritano, do Rio de Janeiro. De acordo com João Mansur, médico de Havelange, o ex-dirigente sofria de uma infecção pulmonar que se agravou e caminhou para uma infecção generalizada, causa da morte. O hospital também confirmou a morte em nota oficial. O funeral vai acontecer no Cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro. Em julho deste ano, ele havia sido internado em virtude de uma pneumonia, mas teve alta. Com a saúde debilitada, Havelange foi novamente levado ao hospital semanas depois.
A Confederação Brasileira de Futebol divulgou uma nota oficial lamentando a morte do ex-dirigente: “Com extremo pesar, a Confederação Brasileira de Futebol, sua Diretoria e seus funcionários despedem-se de João Havelange. Nesta terça-feira (16), aos 100 anos, o ex-presidente faleceu no Rio de Janeiro, onde estava internado desde julho devido a complicações causadas por uma pneumonia. A CBF, por sua Presidência, decretou luto oficial de sete dias, com bandeiras hasteadas a meio mastro. Na próxima rodada dos campeonatos em andamento, será respeitado um minuto de silêncio antes de todas as partidas.”
A entidade, que na época agregava mais de 20 esportes, serviu como um trampolim para o dirigente, que conseguiu tornar-se presidente da Fifa em 1974. Foi sob a gestão de Havelange que a Copa do Mundo atraiu o interesse de grandes patrocinadores e passou a render mais financeiramente. Ao mesmo tempo, o crescimento da Fifa também criava suspeitas de que Havelange teria se aproveitado do processo para lucrar pessoalmente. Influente, o cartola manteve contato próximo com diversos políticos e conseguiu estender seus tentáculos ao futebol brasileiro em 1989, quando colocou seu ex-genro Ricardo Teixeira na presidência da CBF. Após denúncias feitas pela BBC, em dezembro do ano passado ele renunciou ao seu cargo no COI, que estava investigando o problema e ameaçava expor Havelange. Fora da entidade, o cartola brasileiro não podia mais ser atingido e a apuração foi arquivada. Em sua carta de renúncia, João Havelange alegou problemas de saúde e nunca mais tratou do assunto até a sua morte.
