JOÃO CAFÉ FILHO –
O primeiro e único norte-rio-grandense presidente do Brasil é, praticamente, um desconhecido no seu próprio estado. Aqueles que corroboram o fato garantem que, se perguntado a muitos estudantes dos estágios fundamental e médio, “Quem foi Café Filho?”, não será surpresa ouvir como resposta: “Ele joga em qual time?”
Pois bem, para contornar tal anomalia histórica o comunicador e empresário, Felinto Rodrigues Neto, tomou como sua nova bandeira construir memorial em homenagem ao ilustre presidente natalense.
Vale salientar que foi iniciativa de Felinto Rodrigues, quando vereador em Natal na década de 60, a construção da Praça Kennedy, homenagem ao presidente norte-americano, John Fitzgerald Kennedy. O edil viajou aos Estados Unidos e foi recebido pelo senador, Ted Kennedy, no Capitólio, quando formalizou o convite para a inauguração do logradouro.
Impossibilitado de vir na data agendada para a inauguração, o senador garantiu a presença do irmão, Robert Kennedy, em Natal, quando de sua visita programada para o Brasil. Assim aconteceu. Robert Kennedy, estendeu sua viagem ao Nordeste para conhecer e agradecer a simbólica homenagem, prestada por um edil de uma longínqua capital brasileira, ao irmão famoso brutalmente assassinado, em 1963.
Café Filho foi o 18º presidente do Brasil. Eleito vice-presidente, em 1950, na chapa com Getúlio Vargas, assumiu a presidência no dia 24 de agosto de 1954, para completar o mandato presidencial do titular que se suicidou. Café Filho ficou no cargo por pouco mais de um ano, quando dele se afastou após sofrer ataque cardíaco, em novembro de 1955.
João Fernandes Campos Café Filho nasceu em Natal/RN, no dia 3 de fevereiro de 1899. Estudou no Grupo Escolar Augusto Severo e no Ateneu Norte-rio-grandense. Em 1917, mudou-se para Recife para estudar na Academia de Ciências Jurídicas e Comerciais. Naquele mesmo ano retornou para Natal e ingressou no Tribunal de Justiça, mediante concurso público.
Ainda em 1917, fundou o Jornal do Norte. Iniciou a carreira política, em 1923, quando concorreu a uma vaga para vereador de Natal, sem sucesso. Por incitar greves e manifestações de trabalhadores sofreu dura repressão policial. Em 1925, mudou-se para Recife onde dirigiu o jornal A Noite.
Em 1929, transferiu-se para o Rio de Janeiro e tornou-se redator do jornal A Manhã. Foi eleito deputado federal pelo Rio Grande do Norte, em 1934, já na Era Vargas. Em 1950, o PSB escolheu Café Filho para compor a chapa de Getúlio Vargas.
Na presidência, Café Filho, herdou enorme déficit na balança de pagamentos e inflação galopante. Iniciou rígida política de estabilização monetária, com contenção de gastos e corte de despesas públicas. Criou comissão para definir a localização na Nova Capital Federal, no Planalto Central, e, autorizou pesquisas para prospecção de petróleo em várias bacias sedimentares, inclusive nas do seu estado.
Café Filho faleceu no dia 20 de fevereiro de 1970, no Rio de Janeiro, onde foi sepultado no Cemitério São João Batista. Foi casado com Jandira Fernandes de Oliveira Café, com quem teve um filho.
Felinto Rodrigues, pretende implantar uma estátua do homenageado na praça, 7 de Setembro, bairro Cidade Alta, medindo 1,80m de altura e assim preservar a lembrança de João Café Filho, o único potiguar a ocupar a Presidência da República.
José Narcelio Marques Sousa – Engenheiro civil
