Não caiu bem a afirmação do deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) de que 60% de seus colegas utilizam serviços de prostituição e, por isso, apoiariam seu projeto de regulamentação das casas do ramo. “Esse comentário é deselegante. É uma ofensa como a afirmação do ex-presidente Lula, quando disse que havia 300 picaretas no Congresso. Se ele ( Wyllys ) diz que tem 60%, então que os identifique”, rebateu Rubem Bueno, líder do PPS na Câmara.
Autor de um projeto para legalizar as casas de prostituição, Wyllys afirmou ontem ao iG que vê boas chances de aprovar a proposta justamente porque 60% de seus colegas no Congresso fazem uso de casas de prostituição. O deputado Guilherme Campos, líder do PSD, considera a declaração “polêmica” e “sem fundamento”. “Não tenho a capacidade de saber da vida particular de cada parlamentar para afirmar uma coisa dessa.”
Já o líder do PR, Lincoln Portela, levou a declaração na brincadeira. “Eu faço parte dos 40% que não usam esses serviços”, brincou. O deputado afirma ser contra o projeto de lei, embora respeite o colega Wyllys como “homem e parlamentar”. “Ele tem todo o direito de pensar a favor ( da prostituição ) e eu contra. Com um projeto desses, não demora muito e vamos ter faculdade formando prostituta”, diz Portela.