Após a delação premiada que atingiu o governo de Michel Temer, a  JBS tem sido alvo dos consumidores brasileiros que boicotam as marcas do grupo J&F, como Friboi, Seara, Havaianas, Massa Leve e Vigor, entre outras. Agora ela também começa a ser denunciada por criadores de gado norte-americanos junto ao governo dos Estados Unidos, onde os irmãos Joesley e Wesley Batista foram morar com aval da Justiça brasileira.

Segundo informações publicadas no Correio Braziliense, a Ranchers-Cattlemen Action Legal Fund, United Stockgrowers of America (R-Calf-Usa), que se denomina “a maior associação de comércio de gado nos Estados Unidos”, enviou, no último dia 7, uma carta de 11 páginas ao presidente Donald Trump solicitando “uma investigação completa e uma ação rigorosa em matéria de fiscalização antitruste na sequência do desdobramento de denúncias de corrupção contra a JBS”. O documento também foi encaminhado ao presidente do Comitê Judicial do Senado, Charles Grassley, ao procurador-geral, Jeff Sessions, e ao secretário de Agricultura, Sonny Perdue. A entidade acusa o frigorífico brasileiro de violar as regras antitruste e de adotar comportamentos ilegais “que ameaçam a segurança alimentar doméstica”.

A R-Calf também informou, ontem, que fez uma denúncia ao Departamento de Agricultura dos EUA contra a JBS e a Cargill, que vendeu sua unidade de suínos para o frigorífico brasileiro. Nessa denúncia, as duas empresas são acusadas de se envolverem em “conduta imprópria, prejudicando agricultores familiares e fazendeiros”. A entidade afirma ainda que a JBS manipulou os preços no mercado bovino entre 2015 e 2016. Enquanto as denúncias contra a JBS aumentam, crescem as dificuldades financeiras do grupo que fechou um acordo de leniência com o Ministério Público para pagar uma multa de R$ 10,3 bilhões em 25 anos. A companhia chegou a reclamar que estava sofrendo “retaliações” do governo nas negociações de empréstimo com a Caixa Econômica Federal. Em nota, a Caixa negou a informação.

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