ITAMARATY: INSTÂNCIA DE HONRA! –

Tudo tem início, meio e fim.

Os pródromos do Itamaraty têm suas raízes num alvará assinado pelo rei português Dom João V, lembrado como Rei Sol português, em 1736, ao criar a Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra.

 

Em 1808, com a vinda da corte portuguesa para o Brasil, com o fim de melhor enfrentar e não fugir de Napoleão Bonaparte, como então depois foi reconhecido pelo próprio Corso, a estrutura diplomática foi titulada em terras tupiniquins, por Rodrigo de Sousa Coutinho, o Conde de Linhares, embaixador de Portugal em Turim.

“Itamaraty é o nome dado ao Ministério das Relações Exteriores (MRE) da República Federativa do Brasil, dedicado a auxiliar o Presidente a formular e direcionar a política exterior nacional, assegurando sua eficaz execução, mantendo os canais comuns de relações diplomáticas com os governos dos Estados estrangeiros, organismos e organizações internacionais, assim promovendo os interesses do Estado e da coletividade brasileira no exterior”, conforme narrativa de Emerson Santiago.

Tivemos períodos político-ideológicos antagônicos no decorrer da existência brasileira, sendo que a estrutura do Itamaraty esteve à mercê de movimentos alienígenas de discutíveis validações, frente à realidade da geopolítica internacional.

Montesquieu e sua divisão tripartite, elencada em Executivo, Legislativo e Judiciário, que serve de parâmetro estrutural societário para as nações que entendem ser a democracia a melhor das opções, atualmente apresenta desajustes na balança de pesos e contrapesos brasileiros.

Há algum tempo, em decorrência do exercício de atividades literárias, como Presidente Perpétuo da Academia de Letras de Brasília e incansável artífice para que um escritor brasileiro possa alcançar o Prêmio Nobel de Literatura, tivemos o privilégio da recepção na Suécia pela embaixada brasileira, à época, comandada pela fulgurante diplomata Leda Lúcia Camargo, quando se indicou um escritor brasileiro para a obtenção do prêmio solar.

Ano subsequente, o Embaixador Marcos Vinicius Gama Pinto e sua embaixatriz, ora em atividade em Madrid, não mediram esforços durante nossa estada em Estocolmo, a comprovar a grandeza e eficiência da diplomacia brasileira, a destinar-nos permanente apoio neste mister.

Em maio próximo (2022), contataremos a Embaixadora Maria Luisa Escorel de Moraes, em Estocolmo, prosseguindo nos entendimentos de indicação de escritor brasileiro que, a exemplo de José Saramago, traga este galardão para o mundo lusófono, levando o Brasil a obter pela primeira vez o Prêmio Nobel. Estamos cientes de que idêntica tratativa será dispensada pela novel diplomata, durante o encontro diplomático.

As indicações são efetivadas, no caso em concreto, pela Casa de Cultura de Brasília perante a Svenska Akademien, resguardando-se a oficialização do nome do escritor, conforme praxe acadêmica procedimental.

Até lá, alea jacta est.

 

 

 

José Carlos Gentilli – Escritor, membro da Academia de Ciências de Lisboa e Presidente Perpétuo da Academia de Letras de Brasília

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