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O conflito entre Israel e o Hamas entrou em seu terceiro dia nesta segunda-feira (9). A disputa começou depois que o Hamas, um grupo extremista armado que é uma das maiores organizações islâmicas nos territórios palestinos, realizou neste sábado (7) um ataque-surpresa contra o território israelense. A partir da Faixa Gaza, foram lançados 5 mil foguetes.
Por terra, ar e mar, homens armados do Hamas invadiram o território israelense na região sul do país. Agências internacionais relataram que eles atiraram em pessoas que estavam nas ruas da região. Também houve relatos de dezenas de israelenses levados como reféns para de Gaza, incluindo mulheres e crianças. Esse foi considerado um dos maiores ataques que Israel sofreu nos últimos anos. Diante da ofensiva do Hamas, o governo israelense iniciou uma retaliação.
Para Guga Chacra, o avanço do Hamas expõe uma “falha gigantesca” dos serviços de inteligência de Israel. E que o governo de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, “vai pagar um preço muito caro” em algum momento.
“É o segundo maior atentado terrorista do século 21. […] Ele sempre defendeu a ideia de que com ele, Netanyahu, Israel estaria segura. Não foi o que aconteceu. Israel não estava segura. Pior: o Hamas ficou mais forte do que nunca. E não é que ficou forte. Impôs a maior derrota militar para Israel em 50 anos”, disse Guga em entrevista ao podcast O Assunto desta segunda-feira (9).
“No longo prazo, passado esse conflito, o Netanyahu, a administração, vai ter gente que vai pagar um preço muito caro por essas falhas.”
No fim do ano passado, Netanyahu se uniu aos partidos mais radicais e ultrarreligiosos para voltar ao poder após sucessivos escândalos de corrupção. A turbulência política interna no país, como explica Guga, teve efeito nessa “falha de inteligência israelense”.
“Mas aí teve uma eleição no ano passado e o Netanyahu acabou saindo vencedor. […] E começou a tentar a levar adiante uma política para tentar enfraquecer a Suprema Corte de Israel, concentrar mais os poderes nele, Netanyahu. E o que aconteceu? A outra parte da população israelense vinha realizando protestos semanalmente contra essa coalização do Netanyahu. Simultaneamente a isso, com essa coalizão israelense, houve um empoderamento dos colonos, que basicamente são a principal força do governo Netanyahu.”
“Começou a ter muitos embates e começou a haver um foco muito grande na Cisjordânia. E, agora, está provado houve uma desatenção enorme em relação à Faixa de Gaza. Então, o cenário político israelense, essa turbulência sem dúvida alguma teve um efeito na falha da inteligência israelense.”
E Guga conclui como Netanyahu deve se fortalecer em um primeiro momento após os ataques, mas que inevitavelmente o governo do premiê ficará “impraticável”. Uma hora vai chegar a conta”, afirma.
Fonte: G1