
Francisco Cipriano de Paula Segundo
Muito se fala na interiorização dos investimentos estaduais, com o intuito de minimizar os problemas que afetam o desenvolvimento das regiões remotas do Rio Grande do Norte, porém, não conseguimos visualizar com muita facilidade, ações que possam alcançar este intento, normalmente as empresas que se interessam em se instalar por aqui, ficam restritos à área metropolitana da capital.
Vejamos o seguinte, a cada região deve corresponder um investimento que seja adequado ao público a quem se quer beneficiar, o que é obvio, daí a necessidade de conhecer o estado e suas particularidades.
Eu iniciaria falando de uma região que representa grandes riquezas para o nosso estado, onde possui o sal com grande produção, o turismo que desponta com bastante primazia pelas belezas naturais e o que é importante no nordestino, por existir, pessoas ávidas a receber e receber bem, aos investidores que se mostrarem interessados em se instalar por lá, estou falando da região de Areia Branca e redondeza.
Nessa mesma região, destacamos também, a fruticultura que já é uma realidade produtiva por demais expoente no nosso estado, com uma produção de frutas tropicais que alcançam através das exportações, os mais longínquos países desse mundo de meu Deus.
Em Areia Branca, região portuária do RN, possui dois portos, um em alto mar, atendendo exclusivamente as exportações do sal, e outro na própria cidade que se não me engano, está sem uso específico de escoamento da produção local, há mais de 30 anos.
Pois bem, ao ouvir incessantemente as demandas dos produtores da fruticultura, detectamos uma que se mostra muito importante por se voltar mais exclusivamente para o bolso de cada um, isto é, afeta o custo de toda a cadeia produtiva, à logística. Para se ter uma ideia, o frete rodoviário dos containers de frutas para as regiões portuárias existentes por aqui, é responsável por onerar sobre maneira, o preço final do produto nos mercados consumidores sendo também, grande responsável por frear o consumo de nossas frutas nos países compradores.
Ao mirarmos com mais intensidade este item, podemos concluir o prejudicial do modal rodoviário para todos nós, iniciamos com a poluição dos automóveis, passamos pela obstrução de nossas pobres rodovias que ficam abarrotadas de caminhões que trafegam por onde não deveriam, até alcançar o destino final, no caso o porto de Natal, que por ser dentro da cidade, as carretas são obrigadas a cruzar praticamente todo hemisfério urbano, trazendo mais problemas para o trânsito, que em virtude disso, já gerou leis municipais dificultando todo esse processo.
Fazendo uma simbiose dos itens aqui discutidos, chegamos a seguinte indagação, porque não usamos o modal marítimo para fazermos chegar aos portos as cargas abundantes de nossas frutas? Não tenho dúvida que de uma cajadada só mataríamos alguns coelhos. Sabemos que através do frete marítimo conseguiriam os produtores rurais dessa região uma economia exponencial nos valores pagos aos fretes existentes atualmente e isto refletiria no consumo final do produto, em outras palavras, teríamos mais divisas e consequentemente maior quantidade de empregos tendo em vista que seria necessário maior produção das frutas deliciosas tão bem aceitas por consumidores europeus e americanos.
Já na região portuária de Areia Branca, uma fonte a mais de riquezas estaria despontando, haveria uma quantidade nunca visto naquela região de carretas responsáveis por trazerem os produtos a serem exportados e no bojo de tudo isso despontaria novos empreendedores para se adequarem a essa nova realidade empresarial. Já na capital, o fluxo de caminhão deixaria de ser problema e transtorno para os seus habitantes.
É fato concluirmos, que projeto já existe o que falta é justamente o interesse político para tornar realidade esse novo ponto econômico do estado do Rio Grande do Norte. Importante observar que muito pouco investimento seria necessário para se incrementar esse projeto, além do que teríamos a participação de investimento privado já preparados para agir quando necessidade houver.
Francisco Cipriano de Paula Segundo – Empresário, Advogado, ex- Secretario de Desenvolvimento do RN