
O consumidor já está preocupado com a perspectiva de aumento dos preços dos serviços de saúde. A previsão é que eles subam muito em 2016. Segundo estudo encomendado pela Confederação Nacional de Saúde (CNS), a inflação médica chegará perto dos 20%, puxada, principalmente pela alta do dólar, pois boa parte dos medicamentos, insumos e equipamentos são comprados em moeda estrangeira. Com o aumento, empresas e médicos repassarão parte dos custos para consultas, exames e tratamentos. O alerta vale, inclusive, para os planos de saúde, que, sistematicamente, têm sido reajustados acima do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que encerrou 2015 em 10,67%, o nível mais elevado em 13 anos.
A inflação da saúde sofre pressões de todos os lados. Além do dólar, clínicas, laboratórios e hospitais terão de arcar com as despesas inerentes às novas tecnologias. As empresas precisam renovar a compra de aparelhos, produtos farmacêuticos, órteses e próteses para realizar tratamentos cada vez mais avançados. E ainda tem que bancar os gastos com mão de obra, que é especializada e bem remunerada. Esses custos são repassados aos convênios médicos, que não se acanham em corrigir as mensalidades cobradas da clientela. A perspectiva do mercado é de que os planos de saúde individuais, controlados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), aumentem pelo menos 15%. Já os planos coletivos, que têm reajustes livres, ninguém se arrisca a projetar.