HENRIQUE meirelles

A confirmação do nome do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles no Ministério da Fazenda, num eventual governo Michel Temer – caso o impeachment da presidente Dilma Rousseff seja aprovado – divide opiniões entre economistas. Se por um lado sua gestão no BC durante o governo Lula não é vista com bons olhos, principalmente em função da política de juros altos, por outro seu nome traria credibilidade para a economia, num momento de grande instabilidade.

A economista Maryse Farhi, da Unicamp, não acredita que Meirelles possa “resolver os problemas do país”. “Ainda lembro sua passagem pelo governo Lula, como presidente do Banco Central. Henrique Meirelles sempre foi associado com juros altos demais, porque esse é o histórico dele nos oito anos de governo Lula. Ele deixou os juros altos demais, o país despencando e chovendo dinheiro especulativo. Estou convencida de que não é uma boa receita para o país voltar a crescer. O que ele pode herdar de positivo de Joaquim Levy [ex-ministro da Fazenda do governo Dilma] é a possibilidade de recuperação, considerando que a inflação está caindo. Lembro da inflação caindo e ele não abaixando os juros. Tenho certeza que se ele tentar isso agora, não vai conseguir”, afirmou Maryse.

Já a também economista da Unicamp Daniela Prates acredita que o provável futuro ministro da Fazenda Henrique Meirelles pode dar um choque de credibilidade e melhorar a economia a partir do ano que vem. Daniela também mostrou-se a favor das privatizações, mas alertou para perigos. “A situação continua não favorável, como foi antes da crise financeira global durante o governo Lula. Então, do lado internacional, a gente não vai ter muita ajuda. Com a mudança no governo, Temer assumindo a presidência e Meirelles o Ministério da Fazenda, vai haver uma melhora no mercado. Meirelles mostrou como presidente do Banco Central, no governo Lula, uma postura. Ele vai conduzir de forma ortodoxa a política e a economia, como fez quando era do Banco Central. Vai ter um foco positivo de credibilidade”, avaliou Daniela

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